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Cerimônia em frente do túmulo de Karl Max
comemora 65 anos da vitória do povo
contra o fascismo
Londres, Cemitério de Highgate, domingo, 16 de maio de 2010
Jean Turner lê seu discurso em frente do túmulo de Karl Marx no cemitério de Highgate em Londres
Jean Turner
Secretária Honorária da
Sociedade para Cooperação nos Estudos Russos e Soviéticos.
O Comunismo representa o melhor e as mais altas aspirações da raça humana!
Lá pelo meio do século 19, dois trabalhos vitais para o entendimento do desenvolvimento da raça humana foram publicados: Em 1848, O Manifesto do Partido Comunista escrito por Karl Marx e Frederick Engels e, em 1859 A Origem das Espécies escrito por Charles Darwin.
Estes dois livros, avançados e pioneiros, usando métodos empíricos, quer dizer, métodos preocupados com a observação e experiência e não só com a teoria e pura lógica, produziram uma analise cientifica que refutou os prévios conceitos religiosos e filosóficos em existência.
Estes livros uniram a “dialética da natureza”, representado pela continua luta pela sobrevivência e desenvolvimento de todas as espécies na Terra com o “materialismo histórico e dialético”, que vê a raça humana desenvolvendo-se desde sociedades tribais primitivas, ocupando terras cuja posse era comunitária até sociedades divididas em classes em que as lutas dos oprimidos contra os opressores, dos explorados contra os exploradores, resultam em novas formações e organizações sociais. Estas publicações tiveram um efeito permanente e duradouro nos eventos internacionais e na educação universal subseqüente.
Como resultado ao desafio à ortodoxia religiosa e à política que estes dois trabalhos representam, eles continuam sendo atacados pelos religiosos fundamentalistas e também pela classe capitalista no poder. Entretanto, mais de 160 anos já se passaram sem nenhuma séria refutação aos fatos científicos contidos nestas duas publicações.
Na época em que vivemos, o crescimento da classe capitalista possuindo maquinaria industrial avançada, produzindo somente para lucro e buscando o controle das reservas naturais (incluindo as reservas humanas) através do mundo criou uma nova forma de escravidão – o escravo do salário – que tirou do povo suas qualidades artesanais responsáveis pela produção em pequena escala e levou à criação da classe dos trabalhadores industriais, homens, mulheres e crianças atraídos para as cidades em crescimento pela falta de terra e pela pobreza.
Então, uma nova classe foi formada: O proletariado. Para esta classe Marx e Engels atribuiu a missão histórica de juntarem forças para substituir o sistema capitalista por uma nova forma de sociedade, uma em que a massa da população, trabalhadores braçais e cerebrais, homens e mulheres, desenvolverão uma forma alternativa aos meios de produção voltado para o uso e não o lucro e criarão novas formas de organização para satisfazer suas necessidades incluindo, a necessidade de preservar a ecologia e manter o balanço na Terra. Marx e Engels deram um nome à isto: Comunismo.
A primeira tentativa na história do mundo para formar este novo tipo de sociedade aconteceu na Rússia em 1917, um país contraditoriamente atrasado e ainda em estado semi-feudal com um pequeno proletariado e uma grande massa de camponeses, pequenos agricultores sem cultura, querendo terra.
Lênin, entendeu as implicações do Manifesto Comunista e combinou com ele o estudo contra uma nova forma de capitalismo que avançava – capital financeiro ou “imperialismo” – que produz nada mas, busca controlar o mundo simplesmente pela exportação do dinheiro. Seu partido, os Bolsheviks, tirou vantagem do caos e miséria resultante da Primeira Guerra Mundial imperialista e liderou o povo russo para derrubar no seu país, os resquícios do feudalismo e também, o capitalismo em crescimento. Tudo de uma só vez. Seu lema: “Pão, Terra e Paz”.
Muito embora todas as tentativas para minar e solapar a vitória dos Bolsheviks, por isolação, fome e direta intervenção de 14 países em suporte das forças contra-revolucionárias, o primeiro estado socialista do mundo foi formado: União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
Marx e Engels tinham imaginado que o mais avançado proletariado seria responsável pela criação desta nova sociedade que eles chamavam de “ditadura do proletariado” mas, no final, a revolução aconteceu num país enorme e com apenas uma pequena base proletária.
Isolado num mundo hostil, Josef Stalin, que tornou-se o líder depois da morte de Lênin, perseverou na idéia de que, o “socialismo” poderia ser construído em um país. Esta foi uma idéia nova no desenvolvimento da ideologia comunista pois, Socialismo, que é a posse pública dos meios de produção, distribuição e troca, sempre foi visto como sendo uma fase intermediaria antes do comunismo onde não existem nem classe nem estado.
Ele achou necessário desenvolver a industria e agricultura rapidamente (às vezes com resultados duros para indivíduos e comunidades) e, um estado poderoso foi criado que foi capaz de resistir ao ataque furioso do fascismo que, começou em 1941, isto, de uma forma que nenhum outro pais europeu seria capaz. Muito embora a União Soviética tenha sofrido terríveis perdas humanas e em termos de infra-estrutura, este país foi um dos grandes responsáveis pela derrubada da Alemanha Nazista na Segunda Guerra Mundial. Depois da guerra a União Soviética reconstruiu-se e desempenhou um papel poderoso na política mundial.
O fim em 1991 deste primeiro estado socialista que foi, uma resistência contra o imperialismo mas que, foi forçada a competir com ele no mundo real dos armamentos e capitalismo consumista – afetou a paz e estabilidade do mundo todo.
Não obstante, a União Soviética criou um exemplo para as forças revolucionárias mundiais, um exemplo que deve ser estudado e entendido, criticado e melhorado mas, sempre respeitado e admirado pelas suas grandes e verdadeiras conquistas.
Neste momento, em que todos os povos da antiga União Soviética estão celebrando os 65 anos da vitória contra o racismo, sexismo e a ideologia genocida do fascismo, nós devemos examinar nossas próprias fraquezas.
Uma vez, famosamente, Lênin escreveu que “um passo para frente e dois para trás” acontecem na história das nações e no desenvolvimento dos partidos. Esta é a natureza da dialética.
Estes malabarismos e arranjos entre estes partidos burgueses para saber que vai governar o país apenas e somente representam os interesses do capital financeiro internacional e não resolverão os problemas da classe trabalhadora. Como foi descrito no Manifesto do Partido Comunista, o capitalismo, várias vezes, não somente aliena a classe trabalhadora mas também o pequeno burguês, as pessoas com pequenos negócios e os pequenos fazendeiros e, às vezes, até setores da burguesia e da própria máquina do estado. Este é o caso de muitos países neste momento. (Ela referia-se ao Reino Unido e eu pensava no Brasil!)
O perigo reside no que este descontentamento pode resultar. É obrigação dos Comunistas e de todo o povo progressista garantir, através de uma liderança socialista, constante resistência às pressões feitas pelo capitalismo que, na ânsia de resolver seus próprios problemas empobrece e destrói o poder da classe trabalhadora e suas organizações. Devemos lutar para que este descontentamento não vá em direção ao fascismo, como aconteceu na Alemanha antes da guerra.
Destruir esta nova geração de fascistas é uma prioridade política e o preço disto é vigilância eterna.
Finalmente, nós devemos acabar com esta corrida louca das forças imperialistas na criação de guerras para controle das reservas naturais, reservas estas que estas forças precisam para continuar em existência. Estas guerras não são suportadas pela maioria da população e, os danos causados ao meio ambiente e a frágil ecologia do nosso planeta é hoje bem conhecida.
Uma nação que gasta tanto em armas de destruição em massa, não esta apenas causando indescritível sofrimento humano como também destruindo a infra-estrutura social de que as massas dependem.
É tempo de voltarmos para a visão de um mundo melhor como descrito no Manifesto do Partido Comunista e incumbir a raça humana, uma raça recém chegada nesta Terra bela e maravilhosa conforme descrita por Darwin em A Origem das Espécies, com a sua preservação contra a sua destruição criminosa e inescrupulosa.
E gostaria de terminar com um pensamento. Existem vozes que querem apagar o nome do Comunismo em favor de alguma alternativa que seria considerada mais saborosa para o publico.
Ser um Comunista é carregar uma pesada responsabilidade. É constantemente aplicar a teoria Marxista-Leninista em todo evento ou situação e agir como sendo o coração, mente e o líder avançado das massas.
Ao mesmo tempo, não devemos nunca nos divorciar das nossa raízes populares e partidárias em, toda sua diversidade cultural. Marx e Engels mantiveram uma vida culturalmente rica ao mesmo tempo que mantiveram-se próximos aos sindicatos e à todos os movimentos políticos que representavam as classes trabalhadoras, as lutas pelos direitos das mulheres e soberania nacional.
Eles nunca separaram a teoria da prática e nunca encorajaram o dogmatismo.
Comunistas em muitas partes do mundo estão lutando, sofrendo e morrendo pelas suas convicções. Eu os saúdo e desejo-lhes todo sucesso. Eles representam o melhor e as maiores aspirações da raça humana por paz, justiça, igualdade e uma vida boa e feliz.