Tibet, uma mulher roqueira com uma grande história para contar!
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Elizabeth Queiroz, a Tibet, numa pose mística!
Tibet, uma mulher roqueira com uma grande história para contar!
Escrito por Antonio Celso Barbieri
Agosto de 2013 À vários anos que vinha planejando escrever sobre Elizabeth Queiroz, conhecida artisticamente no mundo do Rock Brasileiro simplesmente por Tibet. Sempre que pensava nela, achava descrevê-la uma tarefa difícil pois sabia que esta mulher, tem muitas facetas e, ao mesmo tempo carregava para mim uma aura de mistério pois ela nunca escondeu que sempre teve uma certa atração pelo ocultismo. Quer dizer, para o começo dos anos 80, Tibet foi uma "bruxa" do rock'n'roll, uma mulher respeitando suas heranças pós hippies. Sua atração pelo rock levou-a naturalmente à aproximar-se de Oswaldo Vecchione e sua banda Made in Brazil lá literalmente ela cantou, dançou e bordou :-) Mas, voltando ao seu tempo no Made in Brazil, na conversa recente que tivemos pelo telefone, ela me disse que suas participações no Made foram tantas que não dá nem para enumerar. Disse que esteve ausente da banda por longos períodos mas acabou sempre voltando para dar uma "canja" aqui e ali. Quando perguntei sobre sua vida amorosa, bem humorada ela respondeu: "Fui casada por 7 anos e tenho 3 filhas (uma delas morando em Londres) mas, confesso que nunca fiquei sozinha por muito tempo!" :-) |
Capa do álbum solo. |
Quando Tibet começa lembrar seu passado, percebe-se claramente que sua vida, confunde-se com a própria história do rock paulista: "...em 1983 participei do famoso musical Hair, no lendário Teatro Aquarius, um dos espaços obrigatórios da época. Depois, em 1984/85 fui fazer parte das Dzi Croquettas a versão feminina do lendário Dzi Croquettes liderado pelo genial bailarino Lennie Dale. "Neste mesmo período já fazia backing vocal para a banda Made in Brazil. Com o Made, participei de inumeráveis shows e acabei registrando minha voz no álbum In Blues. Nunca desliguei-me totalmente da banda e até hoje, sempre que posso, participo de alguns shows. Tanto é que, recentemente participei do show de comemoração do Made 40 anos." |
"Bom, a coisa vai mais longe! Lembro-me que toquei no festival de Yacanga e que também trabalhei com Rogério Duprat e Sá & Guarabira, fazendo Jingles publicitários." "Em 1988 lancei meu primeiro compacto simples pela RCA , com acompanhamento de Sergio Dias Batista, Tony Ozannah, e ótimos músicos cariocas. Em 1989, gravei meu primeiro LP solo pela RCA, acompanhado por Luiz Carlinni e sua banda Tutti Frutti mais a participação de músicos de primeira linha como Guilherme Arantes, Manito, Eduardo Araújo e Silvinha... só feras!" "Eu editei os dois primeiros números sozinha e depois, o pessoal foi entrando e a revista tomou forma. Junto com André Pomba Cagni, fiquei como editora chefe da Revista Dynamite por 6 anos. Neste período cobrimos muito eventos internacionais e nacionais como Monsters of Rock, Hollywood Rock e todos os grandes show de rock que pintavam em São Paulo. A revista chegou à fazer um sucesso razoável no meio metal que florescia naquele período." |
Poster do Festival de Aguas Claras |
Barbieri Comenta: A Revista Dynamite que eu preferia chamar Dynamite Magazine, foi a revista que por uns 4 anos trabalhei desde Londres como "UK Correspondent". Isto, em um tempo pré Internet, mandando minhas matérias via fax e as fotos pelo correio, sempre torcendo para que não se extraviassem e, rezando para que o "Pomba" não picotasse toda a minha matéria :-) Apesar das dificuldades, foi um tempo em que assisti muitos shows gratuitamente e ganhei milhares de CDs! Não posso reclamar! |
O logo da banda Ajna numa visão criada por Antonio Celso Barbieri.
Ajna, capa do álbum Mirror. |
"Foi nesta época que fundei a banda Ajna, que tocava um Metal hibrido, bem visceral, mais o menos ao estilo da banda Pantera. A Banda Ajna sobreviveu por 12 anos e deixou 3 CDs lançados por selos independentes. O álbum Fatal Bright (que deve estar tocando aqui nesta página) foi lançado em 1994, num split CD juntamente coma banda Exon e contém 5 faixas pesadas. O grupo passou apenas por duas mudanças de membros e, a formação que durou mais e que, naturalmente fez mais sucesso, foi a que conta com a Pitchu Ferraz na bateria, Ivan Vale no baixo, Saulio Issao na guitarra. e eu, Tibet nos vocais. Eu compunha todas as letras e, as músicas junto com a banda. Ajna foi um boa banda e tocamos muito no circuito underground. A baterista Pitchu tinha sido integrante da banda Sacramento e também tocava nas bandas Farsa, (banda de Metal Progressivo que chegou à lançar um demo em um CD) e, banda Hardcore Blenda. Esta nova formação trouxe uma grande mudanca de estilo e foi lançado CD chamado Mirror que, acabou mostrando um Metal mais moderno, mais voltado para os anos noventa. Este trabalho, muito elogiado na época, foi gravado no estúdio Mr. Som e produzido pelos competentissimos Pompeu (Korzus) e Heros Trench (Korzus)". |
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Tibet |
Grandes momentos na Revista Dynamite
Andre "Pomba" Cagni, Ozzy Osborne e Tibet. | Tibet em ação durante um evento organizado pela Dynamite. |
Tibet, continua relembrando as coisas que fez e desabafa:
"Nossa tem tanta coisa que nem lembro mais de tudo! Celso, recentemente, só por diversão, montei um projeto musical apenas para gravação em estúdio chamado Tibet Projet - Hermanos."
Tibet lança uma faixa em clip documental sobre a América Latina. Vocalista da banda AJNA, ex-editora da revista Dynamite, Tibet, lança música inédita, em seu projeto solo. "Hermanos" é um documentário em DVD onde denuncía, envolvimento do narcotráfico latino americano, que na realidade financía famílias de campesinos, que se vêem obrigados a cooperarem com o tráfico, plantio e refinamento da droga, para não morrerem de fome, não sucumbirem à miséria e à pressão socialista que se forma atualmente na América do Sul. Imagens de poderosos como Hugo Chaves, Evo Morales, Abimael Guzman, (Sendero Luminoso), Fidel Castro e Bush, desafiam nesse clip à uma reflexão sobre o que acontece atualmente na América Latina. E que continua ,apesar da pseudo-repressão americana ,abastecendo o mercado mundial. |
Bom, percebi que poderíamos ficar o dia inteiro relembrando o passado e não seria suficiente para relatar aqui todas as suas aventuras conquistas e roqueiras. Só posso dizer, que tudo indica a Tibet ainda tem muita lenha para queimar na sua fornalha do rock! Parabéns Tibet! Não deixem de visitar a nossa coluna "AS 20 PERGUNTAS" para lerem as respostas dadas pela Tibet!
Antonio Celso Barbieri
Ajna, capa do álbum Fatal Bright.