Scarlet Sky
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Esta banda que começou em 1992, gravou dois LPs e tinha um terceiro que não passou da fase “demo”. Scarlet Sky foi idealizada pelo guitarrista Guto Marialva e pela vocalista e compositora Inajara Gonsalvez. Na sua primeira formação, a banda também contou com o grande Koko Gennari no baixo e Gérard DeLeu na bateria.
O nome Scarlet Sky é de autoria da vocalista Inajara. Num final de tarde ela e Guto estavam observando um belíssimo pôr-do-sol com cores incríveis. A cor do céu possuia variações de amarelo, vermelho, púrpura e azul, compondo um cenário meio bíblico. Ela ficou observando aquilo quieta e, depois os dois comentaram que aquele céu parecia preceder uma "anunciação" de algum evento extraordinário. Foi então que Inajara veio com o nome Scarlet Sky. No mesmo instante Guto Marialva criou a música "Tempest". Esta música ficou guardada, e acabou vindo abrir o segundo LP da banda.
Trocando bateristas
Gérard DeLeu teve uma passagem relâmpago e logo foi substituído por Ricardo Confessori que, também saiu em seguida para integrar a banda Korzus. Entrou então o baterista Alex Nasser, que acabou gravando os dois únicos álbuns lançados.
Uma proposta internacional
Scarlet Sky assinou contrato com o produtor espanhol, Jorge Alvarez, O contrato foi assinado por intermédio de seu representante no Brasil, o empresário teatral Billy Bond (ex-vocalista da banda veterana Joelho de Porco). O objetivo do produtor espanhol era encontrar no cenário brasileiro uma banda que pudesse fazer par ao Sepultura.
Na fase de seleção das bandas a “demo” do Scarlet Sky despertou a atenção do produtor que ao ser informado que aquele vocal poderoso emanava da garganta de uma “gatinha” loira, assinou na hora um contrato para a gravação de 4 álbuns em 5 anos.
O contrato incluía lançamentos na Europa e Argentina. Os álbuns não deveriam ser lançados no Brasil. Tratava-se de produto para exportação.
Foi um sonho não consumado!
Infelizmente, nada do que estava planejado concretizou-se e o projeto foi interrompido com o lançamento do segundo LP.
O Primeiro Álbum: Scarlet Sky
Billy Bond co-produziu com Guto Marialva para a Sazam Records sob licença da Trash-B Records da Argentina o primeiro LP que foi lançado em 1993 e chamou-se simplesmente Scarlet Sky. Billy Bond também produziu o vídeo que agora torno público (veja no final desta página). Este álbum mostra um som básico, direto e pesado onde destaca-se o vocal inacreditável da Inajara que canta mais agressivo do que muito homem.
Os músicos presentes no primeiro álbum são: Inajara Gonsalvez (Vocal), Guto Marialva (Guitarra), Koko Gennari (Baixo) e Alex Nasser (Bateria).
O Segundo Álbum: The Portrait of a Nation
O segundo LP foi lançado em 1994 e chamou-se The Portrait Of A Nation (Retrato de uma Nação). O baixista Koko Gennari tinha saído da banda e Guto Marialva tocou todos os instrumentos exceto a bateria que ficou à cargo do baterista Alex Nasser. Nos créditos consta o nome de Stephano Mucsi no baixo mas é tudo mentira pois foi o Guto que tocou tudo. O álbum, segundo o próprio Guto, é muito mais elaborado que o primeiro e com um resultado sonoro muito superior. Este álbum possui um cover muito interessante da música Strange Days do grupo The Doors onde Inajara mostra um vocal mais melódico e contém também um cover radical da música Why da banda punk Exploited.
Infelizmente não existem fotos do Scarlet Sky tocando ao vivo mas, parece que existe um vídeo de uma furiosa apresentação de 25 minutos feita no finado Victória Pub, acho que acontecida por volta de 1992. Vagas informações, não confirmadas, dizem que cópias piratas andaram circulando pela Grandes Galerias (Galeria do Rock) em SP.
O que aconteceu com os músicos?
Guto Marialva
Guto sempre atuou no cenário brasileiro de rock e música em geral. Foi o primeiro guitarrista da banda RPM (Antes que a banda estourasse na mídia). Guto mais tarde, retornou para acompanhar Paulo Ricardo na sua carreira solo, tendo gravado o LP Psicotrópico com ele. Participou ao longo dos anos de incontáveis gravações destinadas à publicidade, acompanhou vários artistas do cenário e atualmente é o compositor e produtor do disco de retorno do legendário Joelho de Porco que foi, “reinventado” por sua maior figura, o vocalista paulistano Próspero Albanez. Em julho de 2008 o disco estava em fase final de mixagem. Atualmente, Guto toca em um trio de Pop/Rock/Acústico chamado Cármina, onde é responsável pelos arranjos instrumentais. (www.carmina.com.br)
Inajara Gonsalvez
Vagas informações nos dão conta de que a Inajara parece que abandonou a carreira artística e dedica-se à capoeira lecionando em afamados colégios de São Paulo. Se ela luta com a mesma agressividade que cantava, tenho dó dos seus oponentes pois certamente ela é uma gata com unhas de leopardo! O site alemão “Metaleros”, afirma que a temática altamente política da banda era resultante da militância política da Inajara no Partido Comunista Brasileiro. Minhas pesquisas revelaram que muito embora ela não tenha sido filiada oficialmente, Inajara sempre foi simpatizante da causa e sempre freqüentou comícios e outros eventos relacionados.
Gonsalvez ou Gonçalves? Em algum momento, Inajara por razões pessoais e não questionadas pelo restante da banda, resolveu alterar a grafia do sobrenome Gonçalves para Gonsalvez. Quem sabe ela estivesse pensando no mercado estipulado no contrato da banda que visava a Europa, principalmente, Espanha (terra natal do produtor) ou talvez, quem sabe o mercado argentino pelo qual Inajara nutria particular interesse.
Koko Gennari
Koko foi o baixista membro fundador da banda Patrulha do Espaço na sua primeira formação ainda com o legendário Arnaldo Baptista nos vocais. Koko vive à vários anos em Londres, fazendo universidade onde está especializando-se em Jazz. Sou orgulhoso de dizer que tenho alguma coisa à ver com sua mudança para Londres. O Koko disse que saiu da banda porque “estava cansado de ter que fazer cara de mau e ser forçado a se vestir meio grunge”. O guitarrista Guto confirmou e acrescentou:
“Seriamente falando, as palavras do meu amigo Koko são literalmente a mais pura expressão da verdade. Una-se a isto um descontentamento natural pelo rumo que as coisas estavam tomando, cláusulas de contrato que não estavam sendo cumpridas pelo contratante, o triste panorama da falta de lugares para tocar, pouco dinheiro... e, como resultado, temos a receita certa para um motim a bordo.”
Alex Nasser
Alex continua na ativa, quebrando tudo, e recentemente juntou-se ao Guto para colocar a bateria nas gravações de algumas faixas do álbum do Joelho de Porco que está por ser lançado.
by A.C.Barbieri