Sepultura: Como tudo começou! Texto, fotos, áudio e vídeos raros!
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Sepultura toca no lendário Hammersmith Odeon em 1991.
Sepultura: Como tudo começou!
Escrito por Antonio Celso Barbieri
O segredo do sucesso desta banda, como de qualquer outra que chegou lá, é a mesmo: Vários ingredientes juntaram-se e, como mágica, criaram uma alquimia que fez o seu trabalho musical ser reconhecido e, como consequência, virar ouro.
Os ingredientes vitais para o sucesso desta banda foram, à meu ver, sua competência musical, o perfeito entrosamento entre os seus músicos, sua capacidade para oferecer ao público exatamente o que ele estava buscando, conhecer as pessoas certas e finalmente, estar no lugar certo, na hora certa. Evidentemente que a sorte também fez sua parte mas, dizer que Sepultura teve apenas sorte seria um erro muito grande de julgamento.
Não é por menos que a revista inglesa Kerrang incluiu o primeiro show em Londres desta banda acontecido no The Marquee Club no dia 15 de outubro de 1989 na sua lista dos 100 shows que chocaram o mundo! Sua apresentação abrindo para o trio alemão Sodom foi bombástica, destruidora e até humilhou a banda principal.
Tendo em mente que a banda Sodom juntamente com Kreator e Destruction eram tidos, na época, como o grande trio do Thrash Metal Mundial, este show sensacional dos SEPs acabou arrebanhando uma multidão de fãs. O carisma de Max Cavalera no palco fez os headbangers sentirem-se como parte de uma grande família e isto, certamente também ajudou à criar o mito.
Sepultura no The Marquee Club no dia 15 de outubro de 1989
no seu primeiro show em Londres abrindo para a banda Sodom
Max criou a imagem de um rebelde pobre do terceiro mundo, vivendo em constante luta contra o “Status Quo”, contra a pobreza, a opressão e a polícia.
Convém lembrar que, ao contrário do Punk, o Metal e o Thrash Metal em particular, não são frutos de filhos oriundos de famílias pobres e sim representativos de uma manifestação artística da classe média. É certo que, estas ideias rebeldes de Max, como eram de se esperar, obtiveram uma ressonância muito boa no seu público adolescente. Como tática de marketing, tenho que tirar meu chapéu entretanto acho que, essencialmente Max acabou saindo da banda porque como artista ele perdeu o referencial e não soube mais se ele estava atuando ou sendo ele mesmo. Na sua onipotência ele misturou sua vida pessoal com a banda, não conseguindo separar sua vida privada dos seus negócios. Ele preferiu continuar incorporado na sua imagem de defensor dos oprimidos, dando murros em ponta de faca para justificar as suas ações, buscando justificativas morais para os problemas da banda, quando o problema era um só, dinheiro. Sem questionar o amor, a verdade é que seu casamento com a empresária da banda criou um problema sério que fez seus membros questionarem a questão financeira do grupo. Confrontado, pressionado e antagonizado dentro do triângulo Max, Glória e Sepultura, só restou à Max abandonar a banda.
No final das contas, foi tudo inocência e imaturidade de músicos jovens totalmente despreparados para o que estava reservado para eles no decorrer normal de seus vidas. A história está aí para nos servir de guia. O que aconteceu era claramente previsível, seria só dar uma olhada no que aconteceu aos Beatles. A verdade é que individualmete nem Max sozinho nem a banda Sepultura sem ele nos vocais conseguiram o mesmo sucesso. A lógica e inteligência dita que a banda deveria esquecer estas picuinhas e, juntarem-se novamente, agora, com uma nova atitude, mais respeito e igualdade nos negócios. Bom, vocês sabem que o ser humano é difícil e nem sempre lógico portanto... puxem uma cadeira, sentem-se confortavelmente e esperem :-)
Felizmente para os fãs, o legado musical da fase inicial da banda Sepultura ainda com Max Cavalera na liderança é excelente e motivo de orgulho nacional.
Sepultura em 1990 (talvez 1989) Programa Headbangers Ball da MTV inglesa.
Sepultura: O Começo
Traducão feita pelo Barbieri de matéria publicada pela revista inglesa Metal Hammer
Max: “Nós realmente não tivemos nem que tentar. Nós abandonamos a escola, estávamos desempregados e decidimos começar tocar. Um dia, visitando uma loja de discos em São Paulo chamada Woodstock eu ouvi álbuns das bandas Slayer e Venon. Fiquei desejando tocar este mesmo tipo de música agressiva. Então, Igor e eu, só por diversão começamos tocar em 1983. Nós nem pensávamos em tocar ao vivo. Muito embora, muitos produtores de shows tivessem medo de nós, depois de muitos ensaios nós começamos a tocar ao vivo. Nós só tocávamos em festivais porque, não tínhamos dinheiro para financiar nossos próprios shows. Naquela época existiam apenas 4 bandas que tocavam tão agressivamente como nós. Os resto das bandas eram todas parecidas com Iron Maiden ou tocavam puro Punk. Ninguém tocava Thrash ou Black Metal. Paulo vivia perto do nosso bairro e o motivo porque ele entrou na banda foi simplesmente porque ele tinha um baixo. Nós não nos importamos se ele sabia tocar ou não! Possuir um instrumento, significava muito em Belo Horizonte. Naqueles dias a bateria do Igor não parecia nada com a que ele espanca hoje.”
Igor: “Eu tinha apenas uma caixa, um bumbo e um chimbal, isto era tudo e eu tentava manter o ritmo com esta bateria. Eu toquei com este kit a maior parte de 1983 e 1984.”
Durante o festival Metal Belo Horizonte, a banda chamou a atenção dos donos da Gravadora Cogumelo que deram à banda a chance de gravarem o álbum Bestial Devastation.
Max: “Não foi realmente uma coisa muito boa e o vídeo era ruim. Nós tivemos apenas dois dias para gravar tudo. O engraçado foi que em duas músicas os instrumentos estavam com a afinação diferente das outra duas. Nós não nos importávamos com a afinação. Nós nem tínhamos um afinador de guitarras. Então, se você quisesse tocar as músicas junto com o álbum, você precisaria afinar a guitarra de forma diferente após tocar duas músicas.”
Igor: “A Cogumelo lançou o álbum como um teste para ver como é que a audiência reagiria ao som do Sepultura e Overdose. Eu acredito que os brasileiros ficaram surpreendidos porque, naquela época, era incomum duas bandas nacionais juntas lançarem um álbum.”
Max: “O contrato, financeiramente, não foi muito bom mas, isto não era importante para nós. Nós só queríamos ter um álbum lançado e fazer uma tournée. Depois do lançamento do “split” LP nós fizemos nossa primeira tournée nacional e tocamos pela primeira vez em São Paulo. Depois desta tournée, nós gravamos o álbum Morbid Visions no qual, as guitarras também foram afinadas erradamente.”
Na Europa, seus álbuns viraram coisa de colecionador e eles foram recebidos na cena underground de braços abertos. Enquanto isto, Sepultura continuava tocando no Brasil com destaque para dois shows abrindo para as bandas Venon e Exciter.
Max: “Depois destes shows, chegou o momento de ensaiarmos material para o nosso segundo álbum. Jairo Guedz, o guitarrista, dificilmente aparecia e quando ele sumiu por 3 semanas seguidas, nós ficamos putos. Ele nos disse que seria melhor para todo mundo que ele deixasse a banda porque, ele não gostava da música que tocávamos. Ele queria nos dar um tempo, antes que entrássemos no estúdio, para que pudessemos encontrar um bom substituto.”
Andreas: “Eu estava de férias com um amigo em Belo Horizonte. Eu já tinha conhecido o povo da banda um mês antes.”
Max: “Sim! Ele foi o meu técnico de guitarras em um show.”
Andreas: “Esta foi a primeira vez que vi Sepultura ao vivo.”
Igor: “Nos já tínhamos tocado algumas músicas junto com ele na sala de ensaio. Nós nos divertimos tocando alguns covers.”
Andreas: “Sim! Eles estavam ensaiando para um show onde eu seria o técnico de palco cuidando das guitarras (guitar roadie) e, nos intervalos nós tocamos juntos.”
Max: “Nós queríamos que o Jairo fosse substituído por alguém da banda Mutilator mas, ele não quis deixar a sua banda. Então eu me lembrei do Andreas.”
Ensaio realizado em agosto de 1989
Quando o álbum Schizophrenia foi lançado, a gravadora Cogumelo que tinha vendido 10.000 cópias no Brasil, conseguiu que a selo norte americano New Renaissence lançasse o álbum. Quando os Norte Americanos ficaram sabendo à respeito do Sepultura, a banda já era a número um na cena underground europeia. Gente como Don Kaye e Borivoj Krgin consideravam Sepultura como sendo “o novo Slayer” e, ajudaram a banda a entrar em contato, fora do Brasil, com as pessoas certas.
Max: “Um amigo meu que trabalhava na Pan Am Brasil me arrumou a passagem de avião. Eu tive que usar roupas “normais” por dois dias e me comportar como se eu fosse um funcionário da Pan Am até passar pela imigração. Então, deixei o país em direção às Nova York carregando um monte de fitas do álbum Scizophrenia e, com a ajuda de Borivoj e de Don, visitei gravadoras e selos como Noise, Combat e Roadrunner. A maior parte dos “A&R managers” já conheciam a banda mas, não deram nenhuma certeza de um contrato de gravação.”
Mais tarde, a gravadora Roadrunner trocou o seu “A&R manager”, chamado para o posto Monte Connor. Ele ficou interessado pela banda e viu assinar um contrato como sendo um desafio. Agora, a banda tinha um contrato mas, precisava gravar um álbum. Conseguir um contrato tomou tanto tempo e atenção da banda que, eles quase não tinham nenhum material novo escrito. A banda até perdeu a data limite para começar as gravações. Enquanto isto, a Roadrunner estava buscando por um produtor adequado. O uso de Jeff Waters, guitarrista da banda Annihilator não levou a lugar nenhum. No final a banda juntou-se com Scott Burns que, juntamente com Dan Johnson tinha produzido o álbum Leprosy da banda Death.
Max: “Nos estávamos realmente com medo de trabalhar com um produtor. Nós tínhamos produzido nossos 3 primeiros álbuns nós mesmos. Nós não queríamos que ninguém mexesse na nossa música. Nós só queríamos alguém que pudesse nos ajudar no estúdio. Para nós, Beneath the Remains foi um tipo de primeiro álbum, ele não foi só o primeiro álbum lançado numa gravadora decente mas, também o primeiro no qual escrevemos todas as músicas como um time. Andreas não tinha contribuído muito nos álbuns anteriores. Entretanto, porque a banda ainda não tinha provado ainda, a gravadora quis limitar seu risco financeiro. Nós gravamos Beneath the Remains em 9 dias. Na verdade, porque o estúdio era mais barato à noite, foram 9 noites. Então, nós tivemos que gravar à noite e dormir de dia. Em dezembro, no Brasil, é verão e o Rio de Janeiro estava um inferno. Durante o dia a temperatura subia absurdamente. Nós estamos hospedados num hotel muito sujo e barulhento e tínhamos que tentar dormir um pouco de dia para que tivéssemos condições de ir ao estúdio à noite. Eu fiquei muito feliz quando estes 9 dias acabaram. Eu não tive tempo suficiente para gravar todos os vocais então, fui juntamente com o Scott para a Flórida para terminar de gravar o resto.”
Este álbum foi escolhido por muitos fanzines como sendo o melhor álbum de Death/Thrash de 1989 e a banda e seus membros se deram muito bem nas pesquisas de popularidade. Agora a banda tinha que mostrar seu potencial ao vivo e, para isto, a banda voou para a Europa para uma tournée abrindo para a banda Sodom. A tournée deveria começar em junho de 1989 mas Sodom atrasou-se nas gravações e a tournée foi adiada para setembro. Então, em setembro a banda pisou no solo europeu pela primeira vez. Foi na Áustria onde a tournée começou. Nesta tournée a maior parte dos shows tiveram lotação esgotada, aconteceram fora da Alemanha e o público compareceu especialmente para ver Sepultura.
Max: Depois de 3 shows eu tive uma contaminação alimentar e fui parar em um hospital. Se não bastasse isto, a equipe e os empresários do Sodom nos trataram muito mal, o que fez as coisas muito difíceis para nós.”
Como escrevi no começo desta matéria o show acontecido no The Marquee Club em Londres em 89 foi excelente e “pulverizou” o Sodom. Conforme vocês poderão ouvir nesta gravação rara, que coloco aqui, feita um ano depois, quando Sepultura apresenta-se pela primeira vez na Europa como banda principal, nesta entrevista feita com algumas garotas na enorme fila do lado de fora do mesmo The Marquee Club, ficou claro o poder da banda. As garotas afirmaram que tinham assistido o show de 89 e informaram-me que a maior parte do público não tinha vindo para ver o Sodom e sim Sepultura e que, depois do show dos brasileiros, muita gente foi embora e não ficou para assistir o Sodom. Naquela noite, presenciei, centenas e centenas de jovens esperando, em fila, por muitas horas para tentar comprar um ingresso sabendo que só havia meia centena deles disponíveis na bilheteria. Neste show que assisti em 1990 ficou claro que Sepultura tinha ficado grande demais para o lendário The Marquee Club.
Depois desta tournée europeia a banda viajou para os Estados Unidos para fazer uma tournée como banda principal, centrada na Costa Leste. Nesta tournée, a banda Faith or Fear fez a abertura dos shows.
Max: “Nos fizemos um show comemorando Halloween juntamente com King Diamond e Sacred Reich no The Ritz em Nova York. O show estava totalmente com a lotação esgotada (sold out). Nós tivemos uma excelente reação da plateia nesta noite.”
A banda tinha também planejado alguns shows em Los Angeles mas, o produtor não pagou o seguro.
Max: “1.000 ingressos foram vendidos antecipadamente e quando nós chegamos 3 horas antes do show, existam 300 roqueiros esperando pela gente na porta. Assim como nós, eles também não sabiam que o show tinha sido cancelado. Então, nós ficamos lá por uma hora dando autógrafos.”
Nos primeiros meses de 1990 a banda principalmente trabalhou no novo material. Aproveitaram também para fazerem um show gratuito na Praça Charles Muller, exatamente em frente do Estádio do Pacaembu em São Paulo. Este show que contou com a participação de mais de 40.000 pessoas, um tipo de agradecimento aos roqueiros paulistas, infelizmente no meio da massa de fãs excitados, o controle da situação foi perdido e um fã acabou sendo assassinado. Este trágico evento marcou a reputação da banda por um tempo mas, “como o show não pode parar”, já em junho estavam de volta na Europa para dois shows em Eindhoven (Holanda) e dois em Londres. No dia 4 de junho, no segundo show em Eindhoven a banda apresentou-se no Dynamo Open Air Festival na frente de 26.000 fãs.
Max: “Nós estávamos tão nervosos que quase não conseguíamos ficar em pé. Nós pensávamos que tínhamos tocado para muita gente no Brasil onde, às vezes chegamos à tocar para 5.000 pessoas. Neste show tivemos uma boa resposta mas eu penso que naquela época, na nossa carreira, nós tocamos melhor em clubes menores.”
Barbieri Comenta: Cheguei em Londres em 1987 mas, foi só em 1990, 3 anos depois, que consegui voltar ao Brasil em férias. Tive sorte porque cheguei em São Paulo à tempo de assistir o famoso concerto gratuíto do Sepultura na Praça Charles Muller em frente do Estádio do Pacaembu. No sábado depois do show fiz uma visita ao Espaço Retro, uma casa noturna que ficava perto da casa do meu pai, onde estava hospedado, não muito longe do Largo Santa Cecília. Lá no Retro, encontrei João Gordo (Ratos de Porão) juntamente com Max Cavalera. Eu já era um antigo conhecido do Gordo e através dele fui apresentado para Max que, foi muito agradável e disse que já me conhecia de nome. Quando falei que morava em Londres Max me informou que ele tocaria novamente no The Marquee Club. Agora seria um show como banda principal. Informei Max que, coincidentemente, o show de Londres aconteceria um dia depois da minha volta. Max então convidou-me para assistir o show. Quando voltei à Londres, no outro dia fui no Marquee. Max foi muito amigo e até veio pessoalmente me receber na porta do teatro. Acabamos assistimos o show da banda de abertura juntos. Aproveitei a oportunidade para fazer uma matéria especial para a rádio 97 FM de Guarulhos (SP).
O público do lado de fora do Marquee, esperando a bilheteria abrir sem saber que existem apenas uns 50 ingressos disponíveis.
Barbieri e Max dentro do The Marquee Club antes do show em 1990. A cerveja estava boa mas eu só bebia vodka!
Sepultura no The Marquee Club em Londres em 1990 no seu primeiro show em Londres como banda principal. Fotos: Barbieri
Nota do Barbieri: Gravação exclusiva que fiz em 1990 para a Rádio 97 FM de Guarulhos (SP). A gravação inclui uma messagem do Max, entrevista com um pessoal que estava na fila, do lado de fora do teatro e registro de parte do show. Meu inglês ainda era muito tosco e, a fita cassete que continha esta gravação não resistiu muito bem ao tempo. A qualidade do som está bem ruim mas, de qualquer forma registra um momento histórico para o Rock Brasileiro. Na época, segundo informação que recebi de amigos em São Paulo, o programa foi um grande sucesso e, até teve que ser repetido duas vêzes. Lamentavelmente Leopoldo Rey, o responsável pelo programa Reinação, omitiu meu nome e, fiquei sem meus créditos. Bom, as desculpas do Leopoldo não "colaram' e minha colaboração com ele terminou aí. Como diz o grande "filósofo" Barbieri: Não foi a primeira e, infelizmente, não será a última vez que levo chapéu!" |
Meu amigo Marcos Rossini, Max Cavalera e Barbieri no The Marquee Club em 1990. Como vocês podem observar, a vodka já tinha subido para minha cabeça!
No Dynamo Open Air Festival a banda encontrou-se com Gloria Bujnowski, a empresaria da banda Sacred Reich e decidiram aceita-la como empresária do Sepultura. No 26 e 27 de agosto Sepultura entrou no CJ estúdio em Belo Horizonte para regravar a música Troops of Doom para ser incluída no relançamento do álbum Schizophrenia.
Max: Nós queríamos que Scott Burns fizesse o remix total do álbum e, além disso, queríamos gravar mais duas músicas extras, Troops of Doom e Anti-Christ para colocar como bônus no CD. No final tivemos que cancelar a gravação da segunda música porque conseguimos apenas marcar dois dias no estúdio. Nos ficamos muito felizes com o remix do Scott mas, nós dificilmente poderíamos chamar seu trabalho de remix. Nossa antiga gravadora foi tão inteligente que tiveram que apagar as fitas máster de 16 canais para usá-las para alguma outra coisa. A única coisa que o Scott teve para trabalhar foi a fita máster estéreo do álbum.”
Durante a gravação do álbum Arise, Bozo, o vocalista da banda Overdose desenhou um novo logo para a banda, um grande “S” feito de ossos.
Igor: “Nós queríamos ter um símbolo para a banda, não simplesmente um nome mas um logo que todo mundo pudesse reconhecer.”
Este logo foi até tatuado nas pernas da mãe de Igor e Max! O álbum Arise deveria ser lançado em fevereiro de 1991 mas, foi adiado para 25 de março porque a gravadora Roadrunner não ficou satisfeita com o mix. Como a banda queria ter o álbum lançado no Brasil em janeiro, em tempo para a sua participação no festival Rock in Rio II, 20.000 cópias foram prensadas com a primeira mixagem. Todas as cópias foram vendidas em uma semana. 50.000 pessoas assistiram os 30 minutos de show da banda no Estádio do Maracanã.
Andreas: “A organização do evento só cuidou das bandas internacionais. Eles não fizeram nada pelas bandas brasileiras. Nós não recebemos nenhum pagamento e a gravadora teve que pagar todas as despesas. Eles disseram: “Se vocês não quiserem tocar, nós não nos importamos.””
Igor: “Rock in Rio foi, para nós, uma grande surpresa. Nós tínhamos tocado para 26.000 pessoas no Dynamo Open Air mas, neste festival somente bandas mais undergrounds tocaram. No Rock in Rio nós tocamos juntamente com bandas como Guns'N'Roses. Então, não tínhamos ideia qual seria a reação da plateia.”
Max: “Foi inacreditável! Quando tocamos Orgasmatron, nós tivemos um gigantesco mosh com mais ou menos uns 10.000 headbangers na frente do palco!"
Andy Wallace remixou Arise sem a banda presente.
Max: “Nós gravamos Orgasmatron às 5 da manhã e depois fizemos nosso primeiro show para a tournée do álbum Arise na Flórida. Não pudemos fazer nada porque a tournée tinha sido marcada antecipadamente muito tempo antes.”
A música Under Siege foi lançada como single antes do álbum ser lançado.
Max: “Foi a escolha errada para o single! Eu não sei porque escolhemos esta música.”
Andreas: “Acho que escolhemos esta música porque queríamos fazer um vídeo da primeira música do álbum. Acredito que Dead Embryonic Cells teria sido um single melhor. (Este foi seu primeiro US single)
Max: “Nós queríamos filmar o vídeo numa ruína Inca no Peru mas, na época existia uma epidemia de cólera na região.”
As fotos abaixo do Igor, Andreas e Paulo foram tiradas pelo Barbieri dentro da Virgen Megastory em Londres quando a banda deu uma sessão de autógrafos. Neste dia Max não compareceu porque estava doente. Naquela noite o show que aconteceria no Astoria II foi cancelado.
Igor Cavalera (bateria) | Andreas Kisser (guitarra) | Paulo Xisto (baixo) |
Max Cavalera (guitarra e vocal) |
Nasceu Massimilliano Antonio Cavalera no dia 4 de agosto de 1969 em Belo Horizonte. |
Igor Cavalera (bateria) |
É o irmão mais novo de Max. Ele nasceu Igor Graziano Cavalera no dia 4 de Setembro de 1970 em Belo Horizonte. |
Andreas Kisser (guitarra) |
Nasceu Andreas Rudolf Kisser no dia 24 Agosto de 1968 em São Bernardo do Campo. |
Paulo Xisto (baixo) |
Nasceu no dia 30 de abril de 1969 em Belo Horizonte. |
Derrick Green (vocal) |
Substituiu Max na banda Sepultura em 1997. Ele nasceu Derrick Lamont ("Leon") Green no dia 20 de janeiro de 1971 em Cleveland (USA). |
O lendário Teatro Hammersmith Odeon. | Sepultura numa sessão fotográfica para uma revista européia na frente do Teatro Hammersmith Odeon. |
Sepultura ao vivo no Teatro Hammersmith Odeon em Londres (1991)
Gravação digital feita por Barbieri usando um gravador Aiwa digital portátil
Barbieri e Max dentro do Hammersmith Odeon antes da passagem do som.
Max e sua banda Soulfly na Holanda no Dynamo Open Air Festival
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Korzus e Sepultura em Londres em 1991
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