Sepultura: Barbieri e o lançamento do álbum Roots no Brasil!
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Reproduzo abaixo parte da matéria publicada no website do reporter Marcos Bragato chamado Rock em Geral na coluna Rock é Rock Mesmo em março de 2006. Trata-se de um assunto controverso no qual acabei sendo envolvido sem ter culpa alguma. Mas, primeiro leiam a matéria que, no final dela eu explico tudo para que vocês possam tirar suas próprias conclusões.
Antonio Celso Barbieri
Sepultura e o lançamento do álbum Roots no Brasil
por Marcos Bragatto
...dia 26 de fevereiro de 1996, uma sexta-feira pós-carnaval pela manhã. Foi nessa data que Roots, o derradeiro disco da formação clássica do Sepultura foi lançado no Brasil, por um programa de rock de uma rádio AM em parceria com uma revista de rock independente. E isso tudo furando os esquemas montados pela gravadora e também pela então poderosa (hoje já finada) Rádio Cidade.
No início daquele ano Sepultura fez o pré-lançamento de álbum Roots em Londres, e o correspondente da Revista Dynamite lá, Celso Barbieri, recebeu um CD advanced com as músicas que estariam no disco, e de imediato encaminhou para a redação da revista, em São Paulo.
De lá, o dono da revista, André Pomba, me enviou o CD para que fizéssemos o lançamento em primeira mão no EP Vanguarda, programa de rádio feito pelas irmãs Andrea e Adriana Cassas, com o qual tínhamos uma parceria. Não satisfeitas em fazer o lançamento, as vivas irmãs Cassas divulgaram o programa para a grande mídia, e na sexta mesmo saiu matéria no Globo e no Jornal do Brasil. Vale dizer que na época a Internet não tinha a moral que tem hoje, não.
Assessores de imprensa da gravadora me ligaram, recebi ameaças de que o Dentel fecharia a rádio, por veiculação de “material pirata”, mas as intrépidas irmãs Cassas bateram o pé e o programa foi ao ar com a íntegra do disco recebido em Londres e com comentários deste escriba. O lançamento furou o programa das seis da tarde na Rádio Cidade, e quando a Monikinha Venerábile foi falar de Sepultura, era tarde demais: Roots era de conhecimento público. E pensar que, no mesmo ano, eu faria uma longa entrevista com Max Cavalera, por telefone, que seria a capa da Rock Press número 6, ainda em formão tablóide. E pensar que, em novembro, o Sepultura faria duas apresentações espetaculares no extinto Imperator, no Rio, e lá mesmo Silvio Bibica, na época roadie da banda, me avisara do fim e eu me recusei a acreditar. Quanta coisa acontecia, não?
Até a próxima, e long live rock’n’roll!!!
Marcos Bragatto
Barbieri versão dos fatos Infelizmente, a verdade é que Igor não mandava nada e, passou por cima da autoridade Max e da Gloria (empresária da banda), não tendo nenhuma autoridade para assumir tal responsabilidade. Como resultado, Max e Glória bateram o pé e ninguém compareceu no show do Korzus. Como tinha acertado tudo por telefone, fiquei sem nenhuma prova e fui bombardeado e criticado por todos, de todos os lados. A Gloria até ameaçou-me com processo. Passei por mentiroso e irresponsável (clique aqui para conhecer toda a história com detalhes). Acontece que, para lançamento do álbum Roots, a gravadora Roadrunner organizou uma festa. Luiz Fernando, o colombiano, foi convidado. Nesta festa ele ganhou o CD Advance do álbum Roots que, era numerado e exclusivo. Se não me falhe a memória o número do seu CD era 21. Agora, apenas, um pequeno número de pessoas neste planeta tinha o álbum Roots nas mãos! Obviamente seria minha obrigação como jornalista correspondente da Revista Dynamite fazer a matéria comentando o álbum. Acontece que por uma questão de ética, eu não poderia fazer a crítica porque eu estava puto com a banda. Se fizesse a crítica ia meter o pau. Mesmo porque, eu achei que o uso dos rítmos dos índios brasileiros foi medíocre e apenas cosmético. A banda à meu ver perdeu uma grande oportunidade para fazer algo realmente sério e revolucionário. Bom, Sepultura era uma banda brasileira conseguindo o que todas as banda brasileiras sempre sonharam e o momento era de dar força e não criticar. Portanto entrei em contato com Andre "Pomba" Cagni, o meu editor chefe e pedi para ele fazer a crítica do Roots. Para isso, emprestei do Luiz seu Advance CD e mandei-o por correio para a redação da revista (cabe lembrar que Internet naquela época ainda era um sonho). Quero deixar claro que, em nenhum momento eu imaginava que o pessoal da revista ia invadir o território oficial da gradora no Brasil. Quando o álbum chegou no Brasil, Andre Cagni, depois de fazer a crítica do mesmo, enviou o CD, sem minha autorização, para Marcos Bragatto no Rio de Janeiro. Um dia, sem esperar, o telefone tocou e quando atendi, podia ouvir um monte de gente festejando e gritando. Era uma ligação direto dos estúdios da rádio no Rio de Janeiro que festejava o furo de jornalismo feito às minhas custas e que selaria por completo qualquer possibilidade de boas relações com a gravadora Roadrunner e a banda Sepultura. Mais uma vez meu nome foi associado com "rolo e anti-profissionalismo" e muito provavelmente entrei para a lista negra da gravadora e, como dizia o escritor Monteiro Lobato, "entrou por uma porta e saiu pela outra, quem quiser que conte outra!". |