Barbieri: "Ajudar o Rock Nacional é tão difícil quanto tirar água de pedra!"
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Ajudar o Rock Nacional é como nadar contra a correnteza! É tão difícil quanto tirar água de pedra!
Escrito por Antonio Celso Barbieri
Barbieri desabafa
Nasci em 1952 e, desde que posso me recordar, meu pai já torcia para o São Paulo Futebol Club. Naturalmente acompanhei o São Paulo até que comecei entender as coisas e percebi que, no Brasil, "futebol" assim como "novela" são o "pão & circo" do povo. Mesmo assim como bom brasileiro que ama sua pátria, nas Copas do Mundo sempre torci ardorosamente pela nossa Seleção Brasileira.
Porque estou falando isto? É porque de vez enquanto bato de frente com o pessoal do rock.
Paciência que já explico!
Emprestando um pedacinho de um poema que li, farei uma comparação:
"A mente inteligente é a favor do Rock Brasileiro, a mente normal discute o Rock Internacional e a mente inferior discute qual banda brasileira é a melhor e mete o pau em todas as outras."
Quer dizer, eu não fico metendo o pau no Corinthians, Palmeiras, etc. Eu torço pela Seleção Brasileira e pronto! Então por analogia, eu não perco tempo falando que, por exemplo, a banda Sepultura é melhor ou pior do que Korzus, ou que os dois são inferiores ao Slayer. Eu sei que este tipo de conversa é improdutiva para nossas bandas. Eu gosto e torço pelo Rock Brasileiro e pronto! É tudo uma questão de patriotismo e responsabilidade! É viver os verdadeiros ideias do rock e desejar que ele chegue a ser a música mais tocada nas rádios e TVs brasileiras. Então, quando o rock chegar lá, você ouvirá uma programação de rádio e possivelmente você encontrará várias bandas de rock que não são exatamente o seu som ou estilo preferido mas, lá dentro do seu coração, ficará feliz porque no final das contas é Rock que estará tocando e não Axé ou Sertanejo.
Há! Mas e as bandas ruins, falsas, etc.? Não se preocupe com elas porque sei que o público não irá aos shows, não comprará os CDs, não visitará o website da banda, não prestigiará. O que a banda plantar será colhido. Quer dizer, se depender de mim nenhuma banda brasileira será alvo de comentário pejorativo ou discriminatório. Não apoiarei panelas, grupos radicais e roqueiros mentalmente obtusos.
Infelizmente, toda vez que bato nesta tecla, aparece um monte de gente para dizer que não sou democrático e não respeito a liberdade de expressão. Só posso dizer que, com "liberdade" vem a "responsabilidade" e, parece-me que, em muitos aspectos, o brasileiro ainda não alcançou a maioridade.
Fico com a impressão de que este povo acha que gosto de ser do contra, estou apenas querendo aparecer, fazendo auto promoção, etc. mas, acreditem, sempre que isto acontece fico, emocionalmente desgastado e, com vontade de simplesmente silenciar-me e deixar este povo que, volta e meia reclama da situação do Rock Nacional mas não faz nada realmente prático, nenhum real sacrifico para mudar as coisas, afogarem-se na lama de sua própria ignorância.
Sempre que critico este estado de coisas, a oposição vem correndo cuspindo fogo insistindo que ajudam muito o Rock Nacional mas, a verdade é que eles apenas favorecem suas bandas preferidas com o mesmo ardor cego de quem torce para um time de futebol. Acho patético e, vejo que, com raras exceções (não citarei nomes mas estes reais Amigos do Rock sabem que são!) ninguém está mesmo interessado em mudar o paradigma desta situação. É duro! Dizem que cada povo tem a democracia que merece! No meu caso sinto-me como se estivesse tentando tirar água de pedra! Estou com quase 62 anos e o tempo agora, para mim, voa e estou sentindo que não verei o meu sonho realizado! Lamentável!
Antonio Celso Barbieri
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