Beyond the Black Rainbow
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Do outro lado da ciência… Do outro lado da sanidade… Fora de controle...
Beyond the Black Rainbow
(Do Outro Lado do Arco-íris Negro)
Um filme dirigido por Panos Cosmatus
Escrito por Antonio Celso Barbieri
Não se iluda porque, este não é um filme fácil. Entretanto, se o caro leitor é um amante de filmes de ficção científica como eu, que busca novas ideias e soluções e gosta de ver "universos" novos e criativos onde você tem que esforçar-se para captar o significado, a mensagem, este é um filme obrigatório que não deve deixar de ser visto. Fico particularmente emocionado quando vejo um filme cujo diretor, usando poucos recursos e apenas alguns atores atuando em espaços limitados consegue criar todo um clima e descrever uma história capaz de permanecer na nossa mente fazendo perguntas, muito tempo depois de o filme ter acabado.
O filme, um tipo de "retro ficção científica", é lento e cheio de imagens lisérgicas e psicodelismo que, parecem transmitir algum tipo de mensagem subliminar ou hipnótica, passando um clima tipo final do final dos anos 60 ou começo 70, parecendo sempre usar técnicas e tratamentos de cores que lembram filmes deste período. Beyond the Black Rainbow lida com a relação entre um personagem que parece ser um cientista e o objeto de sua pesquisa ou experimento que é uma jovem aprisionada e que, aparentemente, possui poderes extra-sensoriais.
O filme, que já nasceu "cult", nos dá a impressão de que é carregado de simbolismo e imagens que buscam acessar diretamente o nosso subconsciente e, intencionalmente ou não, no final da sessão, nos causam até um certo desconforto pelo fato de não conseguirmos facilmente sintetizar ou verbalizar nossas emoções e mensagens recebidas do filme. Tanto isto é verdade que, no site The Internet Movie Database (IMDb) existe toda uma discussão onde os visitantes procuram entender o significado e mensagem do mesmo. Durante a projeção deste filme enigmático, fica impossível não lembrarmos de filmes como 2001: A Space Odyssey (2001: Uma Odisseia no Espaço) dirigido pelo lendário diretor Stanley Kubrick ou então, o mais recente The Tree of Life (A Árvore da Vida) do diretor Terrence Malick. Mas, à meu ver, o que se nota imediatamente é que este filme não foi feito por um Norte Americano. A linguagem cinematográfica, premeditadamente foge de qualquer clichê Hollywoodiano e, até lembra um pouco o tipo de trabalho feito pelo diretor russo Andrey Tarkovskiy que dirigiu o filme Solaris em 1972.
Sinoia Caves
A trilha sonora deste filme merece um destaque especial! Certamente, vocês devem já estar ouvindo aqui, com exclusividade, parte desta trilha sonora, extraída direto do filme. Este som, totalmente eletrônico, foi composto pelo músico Sinoia Caves usando antigos sintetizadores analógicos e, muitas vezes é usado em total sincronismo com as images e, fica claro a importância desta música para o sucesso deste filme. Tenho certeza que, o uso incomum do áudio nesta produção agradará muito o pessoal ligado no lado mutimedia do cinema. Convém lembrar que, Sinoia Caves é o outro nome usado por Jeremy Schimdt, mago do sintetizador analógico, que também participa da banda de rock Black Montain. Jeremy, acaba de lançar seu primeiro álbum solo, uma obra "psico-ambiente" intitulada The Enchanter Persuaded (O Feiticeiro que foi convencido).
Panos Cosmatus, o diretor deste filme, nasceu em 1974 e é filho de uma família ligada às artes visuais. Seu pai foi o falecido diretor grego George Cosmatos e sua mãe é uma artista experimental sueca. Ele passou sua infância e adolescência viajando pelo mundo todo antes de fincar raízes no Canadá. Em 1981 sua família viveu um ano no México onde ele foi exposto às suas estranhas interpretações da cultura pop norte americana o que, causou-lhe, na sua vida criativa, uma influencia profunda e duradoura. Isolado nos subúrbios da ilha de Vancouver, durante os anos 80, Cosmatus desenvolveu uma obseção pelo estilo Heavy Metal, arte fantástica, ficção científica e filmes de terror, obsessão esta que mantem até hoje. Então, junto com um grupo de artistas inovadores e influentes, mergulhou no universo da arte underground e cena musical criando curta metragens, capas para álbuns e vídeo clips. Atualmente, ele vive em Vancouver, British Columbia.
Beyond the Black Rainbow
"Visualmente inventivo - Uma experiência embriagante" - Hollywood Reporter
"Imaginário cativante e mentalmente explosivo" - slantmagazine.com
"Fantasticamente viajante e um petisco deliciosamente narcótico para os sentidos" - Filmefracture