HARRY: Electric Fairy Tales ou uma viagem ao melhor do Rock dos anos 80!
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HARRY
Electric Fairy Tales (Contos de Fadas Elétrico)
...ou uma viagem ao melhor do Rock dos anos 80!
Escrito por Antonio Celso Barbieri
Quando, em junho de 2015, estive na cidade de Santos para o lançamento do meu livro O Livro Negro do Rock, infelizmente o caro amigo Hansen, líder da lendária banda santista HARRY não pode comparecer por que estava em outra cidade. Entretanto, ele através de um amigo enviou-me seu último álbum chamado Electric Fairy Tales (Contos de Fadas Elétrico) lançado em 2014.
Eu já conhecia o vinil do álbum Fairy Tales lançado lá pelo meio dos anos 80 e confesso que estava esperando algo meio eletrônico com pitadas de progressivo e, foi com grande surpresa que descobri que neste álbum a banda fez uma volta à suas raízes roqueiras e nos brindou com uma viagem ao melhor do Rock dos anos 80 e, sem passagem de volta! Sim, para mim, este é um álbum nostálgico contendo todos os clichês rítmicos desta época mas, entendam bem que não estou fazendo um comentário negativo porque, se este álbum soa bem a lá anos 80 a mixagem e a timbragem dos instrumentos está bem atual.
Aqui neste álbum temos mais um Fênix renascendo rejuvenescido e muito mais experiente! Aliás, ja nos anos 80, HARRY talvez por ser de Santos, era uma banda que corria paralela, não se misturava com a panelinha Pop pretenciosa de São Paulo. Naquela época, HARRY era umas das poucas bandas de Pop cujo trabalho era cantado em inglês e parecia estar mais voltado para a exportação. O guitarrista e vocalista Hansen por outro lado, musicalmente tem uma longa história onde ecleticamente chegou até à empunhar a sua guitarra na, não menos lendária e veterana banda Vulcano, uma das mais importantes bandas do Rock Extremo brasileiro.
Electric Fairy Tales é um álbum excelente e HARRY é sem dúvida uma das grandes bandas brasileiras que merecem muito mais atenção deste público brasileiro que longe de perder tempo rotulando e descartando, deveria simplesmente abrir o volume e aceitar esta banda pelo que ela é, uma banda que mostra claramente que, quando seus músicos não tem sangue de barata, Pop também pode ser muito Rock!
Antonio Celso Barbieri
A história
A banda HARRY nasceu na cidade de Santos em 1985, em São Paulo. Com John A. Hansen nos vocais e na guitarra, Cesar Di Giacomo na bateria e Richard Johnsson no baixo, o grupo começou a carreira tocando um rock "noisy" cantado em inglês. No entanto, com a entrada do produtor e tecladista Roberto Verta e, influênciada por bandas tão distintas como The Clash e Kraftwerk a escritores como Neil Gaiman e Alan Moore, a banda logo mudou seu som para um rock experimental e eletrônico.
O álbum Fairy Tales lançado em 1986.
O primeiro trabalho gravado pelo grupo foi o EP chamado Caos lançado pela gravadora Wop Bob em 1986. Dois anos depois, pela mesma gravadora, HARRY lançava seu primeiro álbum chamado Fairy Tales, que até então seria o último com a participação do baterista Di Giacomo. Depois disso, passaram a atuar com bateria eletrônica e samplers, tornando o som da banda ainda mais eletrônico. Mais tarde, lançaram dois novos álbuns, um chamado Vessels Town (1990), pela gravadora Stiletto, e a coletânea Chemical Archives (1994) pela gravadora Cri du Chat, que incluía músicas dos dois primeiros álbuns da banda e algumas composições inéditas.
Em 1996, o Harry começou a gravar um novo disco, mas devido à falta de tempo e à distância entre os integrantes, o projeto teve que ser abandonado no meio. Com Verta no Rio de Janeiro, Hansen no Ceará e Johnson no interior de São Paulo, a situação tornou-se insustentável e a banda resolveu encerrar suas atividades.
Vinte anos após começarem a tocar juntos, os integrantes do Harry voltam à ativa em 2005. Novamente reunidos, Hansen, Di Giacomo, Verta e Johnsson resolveram lançar um box chamado Taxidermy, com versões remasterizadas e faixas extras de Fairy Tales e Vessels Town, além de faixas bonus distribuidas em 3 cds com raridades, remixes e algumas composições inéditas do projeto de 1996. O box foi lançado pela Fiber Records, uma divisão da gravadora Fiber Interactive, responsável também pelo Fiber Online, site brasileiro pioneiro em música eletrônica.
Entre 2012 e dezembro de 2013 a banda dá uma guinada e volta às suas origens, gravando no Play Rec Studios o excelente álbum Electric Fairy Tales que seria lançado no final de 2014. Este álbum inclui um pequeno texto em inglês que tomei a liberdade de traduzir, adaptar e transcrever abaixo:
Harry Como que é possível estes pioneiros do Synth Pop de repente tornarem-se totalmente "elétrico"? Na verdade nós, Richard K. Johnsson (teclados), César Di Giacomo (bateria, vocal) e eu, John A. Hansen lá para trás em 1985, como um trio, filtramos nossas influências do pos punk e power pop. Como sintetizadores eram os instrumentos do momento nosso som foi ficando cada vez mais estranho… Então, até que enfim, a música que vocês estão escutando aqui é apresentada exatamente como ela foi criada originalmente. Trata-se de um grande caminho desde 1979 até o presente. John A. Hansen |
HARRY live!