Fernando Tibiriçá: O Rei da Noite Paulista!
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Fernando Tibiriçá
Ponha a rádio para tocar!
Fernando Tibiriçá: O Rei da Noite Paulista!
Há 40 anos na noite, Fernando Tibiriçá é personagem ativo na constante reinvenção da cena noturna paulistana
O cara que 'inventou' o flashback
Escrito por Vitor Angelo
O empresário Fernando Tibiriçá está na ativa na noite de São Paulo há mais de 40 anos. Responsável pela concepção de clubes que marcaram a cidade como Gallery (na década de 70), Victoria Pub (80) e Manga Rosa (90), ele é uma espécie de cidadão honorário da cena noturna.
Nascido "no final da primeira metade do século passado", como prefere dizer, Fernando é filho da cantora Cida Tibiriçá, eleita a rainha da rádio Paulista na década de 1930, e neto do cineasta Antonio Tibiriçá, um dos nomes mais importantes do cinema paulista.
Com DNA de boêmio e pais liberais, ele começou a sair cedo. Ou melhor, tarde da noite para as baladas da época. "Saio desde os 16 anos e pude curtir clubes como Lancaster, Sallon, Hi-Fi, Dobrão, Raposa Vermelha, Monza", relembra, citando lugares que poucos hoje sabem do que se trata.
Mas todo mundo sabe o que o termo flashback significa na cena -uma noite em que são tocados sucessos do passado. Fernando jura que o termo foi criado por ele quando convidado pela boate Ton Ton, no início dos anos 70, para promover uma festa ao som dos anos 50 e 60.
Um outro convite, agora em 1978, o ligou ao nascimento do Gallery, a lendária casa de José Victor Oliva. "Na abertura, a presença de figuras da sociedade com seus carros importados e outras demonstrações de riqueza mostraram que o Gallery estava chegando para atingir um público até então esquecido", recorda-se Fernando, que assumiu a assessoria artística do local.
Quando a casa foi inaugurada, em 1979, ele não estava mais trabalhando naquele que foi o mais famoso clube privê do país. Já estava formatando um outro projeto que se chamaria Victoria Pub. Juntou-se a amigos ingleses para montar um lugar que remetia aos tradicionais bares do Reino Unido. "Foi lá que, pela primeira vez em São Paulo, se apresentaram o Barão Vermelho, Paral amas do Sucesso e Blitz", orgulha-se Fernando.
Embora tenha suas origens em uma certa aristocracia -seu bisavô foi o primeiro governador de São Paulo, Jorge Tibiriçá-, Fernando sempre esteve ligado à cena mais underground. Nos anos 70, ele foi um dos responsáveis, ao lado de Roberto Loscalzo, pela vinda do espetáculo dos performáticos Dzi Croquettes. "Eram figuras excêntricas e causaram impacto na cidade."
Nas décadas de 70 e 80, Fernando agitou não só na noite.
"Banana Progressiva foi o nome dado uma temporada de shows que segundo Tibiriça, retornará em breve. Os shows aconteceram no auditório da Fundação Getúlio Vargas, na avenida 9 de Julho. Tempos duros, com o regime militar, hare khrisnas na calçada e avenida, roqueiros de todo lugar, a rota do outro lado da avenida... 1.975, tenho filme... Produção da minha produtora TRINKA." - Fernando Tibiriçá. |
Produziu a primeira apresentação dos Secos & Molhados na TV e o último desfile do estilista Markito, em 1980, no hotel Maksoud Plaza. No ano seguinte, Markito morria em Nova York, vítima da Aids. A notícia causou enorme comoção, por se tratar do primeiro brasileiro conhecido a morrer em decorrência do vírus. O aparecimento da Aids foi um marco no hedonismo da noite na cidade. "A promiscuidade foi diminuindo lentamente", diz Fernando. Nesse cenário, nasce a casa noturna Roof, que ele abriu em 1984. Depois fez algo improvável para um roqueiro na década de 90: apostou na música eletrônica. Nunca deu bola para a ojeriza que o povo da guitarra tinha do bate-estaca. O Manga Rosa foi fundado em 99 ( funcionou até Abril de 2.009 ) junto com seu filho, Rodrigo, 34. O filho único trocou de papel com Fernando. "Rodrigo é a minha fonte de energia. Nas horas de folga do meu anjo da guarda, é ele quem cumpre o papel e me aconselha e orienta. Mais do que eu a ele", reconhece o pai. Fernando é notívago profissional. Só sai na noite para trabalhar, senão prefere ficar em casa. Vai dormir lá pelas 4h e acorda quase sempre às 11h30. "Não bebo, não me drogo, faço exercícios diários e já pratiquei artes marciais." Depois de 40 anos na noite, Fernando não dá sinais de que vai se aposentar. "Ainda tenho muita coisa pra fazer", avisa. "Sou a única espécime viva que teve a oportunidade de passar por t odas as vertentes musicais desde o rock dos anos 50 e 60 até o mais avançado da música eletrônica de hoje. E quero muito mais." a noite segundo Fernando Tibiriçá 70 Mau Mau, Ton Ton, Hippopotamus e Gallery "A noite era romântica, tinha poucas opções, apesar de bem agitada, e todo mundo realmente se conhecia" 80 Radar Tan Tan, Madame Satã, Rose Bom Bom, QG, Aeroanta, Roof e Victoria Pub "A noite se profissionaliza e ganha maior individualidade" 90 Columbia, Massivo, Nation, Urbano, Disco, ALôca, Lov.e e Floresta "O grande número de opções aumenta as alternativas. Os gays têm inúmeras casas, os roqueiros, a mesma coisa e assim por diante" 2000 D-Edge, Vegas, Glória, ALôca e Manga Rosa "A noite se globaliza!"
Fernando Tibiriçá. Foto: Karime Xavier/Folha Imagem
“Sou da época da vitrola, dos discos em 45 e 78 rotações mais o long play. Tudo em vinil. A primeira música do Elvis (no início se falava que ele era havaiano) que eu ouvi foi Hound Dog. Little Richard e seu sucesso Tutti Frutti agitava, mais ainda quando o Elvis gravou. Os discos em 45 tinham um buraco enorme no meio. Para se conseguir, só nas poucas lojas ou pedindo para alguém trazer do exterior. Para se ouvir num móvel/conjunto de TV, rádio e a vitrola ou toca discos. Depois vieram as vitrolas portáteis. Bill Haley era o rei do rock and roll e na estréia do seu filme “Ao Balanço das Horas”, em São Paulo ( no Cine Paulista, na Augusta), o público jogou tijolos na tela e quebrou todas as cadeiras.
As músicas selecionadas para o set acima são algumas, realmente algumas, das muitas que se tornaram sucessos inesquecíveis e marcaram minha vida. Afinal, quando todos os astros do rock dos anos 50, 60 e 70 apareceram, eu estava lá…” Fernando Tibiriçá.
Fernando Tibiriçá é, atualmente, sócio do Tonk Club, mas sua trajetória na noite paulistana começa na década de 60, quando era frequentador dos principais clubes da cidade, entre eles: Lancaster, Hi-Fi, Raposa Vermelha, Mau Mau, Cave e Dobrão. No final dos anos 70, Fernando Tibiriçá se associou ao Victoria Club que, nessa época, se tornou uma importante rota para artistas nacionais e internacionais que se apresentavam na cidade. Por lá passaram Blitz, Paralamas do Sucesso e Barão Vermelho. Roof, House, Mariajoana e Manga Rosa (1999 até 2009) são clubes que também tiveram a assinatura do empresário. Além disso, trabalhou também com shows e programas de televisão, dos mais variados segmentos, no SBT e Bandeirantes, como produtor e diretor. |
Fernando Tibiriçá: 40 anos no circuito fervido da noite de SP
Escrito por Darlene Dalto Assessoria em Comunicação
Há muito a noite de São Paulo é considerada a mais movimentada do país e uma das três mais fervidas do mundo. Desde os anos 70, pelo menos.
E uma das figuras, das raras figuras que podem contar parte importante dessa deliciosa história é o empresário Fernando Tibiriçá, que hoje comanda o club Manga Rosa, inaugurado em março de 99. O Manga surgiu na cena paulistana como um club especializado em música eletrônica. E hoje continua assim, tocando exclusivamente e-music com alguns dos melhores DJs nacionais e, eventualmente, internacionais para um público jovem, bonito e descolado.
A história de Fernando na noite de São Paulo começa quando ele frequentava o Lancaster, Hi-Fi, Raposa Vermelha, Mau Mau, Cave e Dobrão (que tinha como sócio o escritor Cassiano Gabus Mendes), pequenas boates da moda no início dos anos 60. Em 69, passou a promover festas no Mondo Cane, na rua Augusta, Ton Ton e Moustache, que ficavam no centro da cidade e eram frequentadas pelos playboys da época, como Ricardo Mansur (o empresário que quebrou o Mappin), pelo hoje cirurgião plástico Robi Tulii, Chiquinho Scarpa, por Carmo Sodré, filha do então governador do Estado, Marília Gabriela e Mila Moreira, entre outras beldades. No Moustache, Fernando trabalhou com João Alberto Murad, pai de Luciana Gimenez, avô, portanto, de um dos filhos de Mick Jagger. No Ton Ton, lançou o termo Flash Back em uma festa revival.
Naquela época, a rua Augusta era o point dos mauricinhos, que andavam por ela a 120 km por hora e por onde alguns se arriscavam na roleta paulista, atravessando toda a sua extensão sem parar nos faróis. A rua Augusta, da época, tinha paralelepípedos e trilhos de bondes.
No iní cio dos anos 70, Fernando e Roberto Loscalzo (que hoje é dono das pizzarias Via Blue e Veridiana) trouxeram para São Paulo do Rio um show andrógino com um grupo de alegres e talentosos bailarinos comandados por Lenny Dale, que faziam muito sucesso na boate Pujol, de Miele e Ronaldo Bôscoli. O grupo se chamava Dzi Croquettes e só quem viu e viveu a liberalidade dos anos 70 sabe o desbunde que era tudo aquilo. O show foi um sucesso apesar de o país viver dias de ditadura política e censura. E ganhou o Olympia de Paris.
No final dos anos 70, Fernando foi convidado por José Victor Oliva para co-dirigir o Gallery, que ainda não havia sido inaugurado. Às vésperas da inauguração, entretanto, ele foi sondado para se associar a Clive Kelly, então um dos proprietários do Victoria Club, aberto em maio de 78. Fernando decidiu se unir ao grupo do Victoria e fez ali o que poucos fizeram pela noite de São Paulo.
Para se ter um a idéia, por lá passavam todos os artistas nacionais e internacionais que cantavam, quando vinham se apresentar na cidade. O Victoria foi palco dos primeiros shows em São Paulo da Blitz, Paralamas, Barão Vermelho, entre outras bandas. Jô Soares deu canjas brilhantes, cantando ou contando piadas. Mikhail Baryshnikov dançou na pista do Victoria. Idem os músicos do Supertramp e Queen. Até o cacique Raoni, quando se tornou celebridade nacional, frequentou o club.
Após se desligar do Victoria, em 83, Fernando inaugurou o Roof, outro marco, uma casa sofisticada no alto, para ser mais exata, no 22º andar do Edifício Dacon. O espaço, amplo e redondo, de onde se podia admirar todo o esplendor da noite da cidade em 360 graus, recebeu o então secretário de Estado americano, Henry Kissinger, e toda a sua comitiva para um jantar. No som, dance. No país, abertura política, Tancredo e Sarney.
O Roof funcionou até 91. Fernando partiu para a montagem da House, na rua Manoel Guedes, Itaim, um lugar eclético, com ambientes para rock, piano bar e danceteria. Em 96, inaugurou o bar dançante Mariajoana, já um espaço menor, mais aconchegante, na Leopoldo Couto de Magalhães Junior e, em 99, o Manga Rosa, na mesma Leopoldo: a era, agora, é eletrônica.
Se não bastasse tudo isto, entre uma e outra casa, desde os anos 70, Fernando ainda: • Produziu e dirigiu shows de música e programas de TV (variedades, infantis, esportes/motociclismo) para a Bandeirantes e SBT. |
O projeto músical de Fernando Tibiriça!
Buril é um instrumento que grava em metal e madeira. Burilar é gravar, apurar ou aprimorar com buril. Pode ser chamado de burilada (segundo o dicionário HOUAISS). Na linguagem popular, tudo em que se mexe ou se cutuca ou se acaricia ou se muda ganhou a denominação de "estar burilando". Em alguns momentos sensuais, fala-se em burilar no lugar de apalpar ou acariciar... Neste momento, tudo que está na letra de Burilando, tem sido falado por gente da ecologia + sustentabilidade + geólogos + terapeutas + cientistas e está virando proposta de candidatos, em qualquer lugar do mundo. Temas que serão discutidos nos próximos anos... Um som atual, extremamente contagiante e dançante, com uma palavra fácil de guardar, ou título, que irá virar moda: BURILANDO...
Burilando Burilando |
Burilando as águas burilando burilando as matas burilando burilando o eu burilando burilando a cabeça De quem quer viver 3 x |
Burilando burilando a mente burilando burilando a gente burilando burilando o corpo burilando burilando a alma |
Burilando as linhas burilando burilando as massas burilando burilando as vidas burilando burilando a opinião De quem quer saber 3 x |
Autoria: Fernando Tibiriçá. Artista: Bleargh! Vocal: Monique Ogawa e Fernando Tibiriçá.
Participação: Raul Miller(guitarra), Nelson Brito (baixo) e Paulo Zinner (bateria).