Por volta de 1980 o guitarrista e fã do Black Sabbath, Zhema, fundou com 2 amigos o Astaroth. Em 1982 eles mudaram o nome para Vulcano. A roupa da banda foi uma das primeiras extremas do país, repleta de pregos e correntes.
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Já em 1983, eles lançaram seu primeiro compacto duplo chamado Om Pushne Namah, o qual continha um Heavy Metal tradicional, com vocal limpo e uma temática nas letras mais ou menos em sintonia com o metal da época. Confira o som deste compacto aqui na Rádio 2bStar e perceberá que este Vulcano nada tem à ver com o som que, mais tarde, fez a banda conhecida e famosa entre o público roqueiro. Em 1984, da banda Satanic trouxeram o cantor, Angel, o baterista e o guitarrista. Zhema trocou para o baixo e começaram a cantar em inglês. |
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O primeiro compacto
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Eles gravaram a demo Devil in my roof com um simples Metal agressivo, vocais gritados, o qual não era um estilo dos mais populares naquela época. Esta demo foi relançada em 2005 como bônus para o CD Anthropophagy.
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Em 1985, tocaram no grande festival de Americana diante de 1000 pessoas e este show foi lançado como LP ao vivo com uma qualidade de som muito ruim. Neste álbum a banda já tocava um Thrash extremo com letras satânicas.
O primeiro LP de estúdio contém o mesmo tipo de letras e trás um Thrash selvagem e um tanto quanto simples.
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Depois, em 1986, Zhema volta às guitarras e eles abrem para o Venom e o Exciter diante de 10.000 pessoas.
Nos LP's seguintes, eles continuam com o Thrash selvagem e simples, destacando-se o álbum Antropophagy que viria a ser muito apreciado pelos fãs.
Em 1991 a banda deu uma parada e somente em 1996 voltaram a tocar juntos novamente (com o vocalista Angel e o baterista Arthur da velha banda Angel). Algum tempo depois, em 1997, André Martins convenceu o Zhema a reestruturar o Vulcano. O vocalista Luiz Carlos entrou para a banda e a formação do grupo passou a ser: Luiz Carlos (vocal), Zhema (baixo), Soto Jr. (guitarra), André Martins (guitarra) e Arthur Justo (bateria).
Chemical Disaster
O Luiz Carlos e o Arthur já tocavam juntos no Chemical Disaster, banda fundada 1990. Luiz Carlos participou desta banda até 1999. Com o Chemical Disaster, Luiz Carlos gravou 2 petardos: Resur rection (1993) lançado pela Cogumelo Records e Scraps of a Being (2000), lançado pela Demise Productions. O André Martins também foi um dos fundadores desta banda, como baixista, mas ele deixou a banda em 1995. A partir daí ele trocou o baixo pela guitarra e montou o Wrinkled Witch.
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Um ano depois, em 1998, André Martins abandonava a banda e o resto da banda gravava as 3 faixas-bonus que sairiam no relançamento do álbum Live! em cd lançado também pela Cogumelo Records.
No próximo ano, em 1999, foi a vez do Arthur Justo sair da banda por um curto período voltando a se reintegrar depois de 6 meses exatamente em tempo para ajudar na composição do álbum Tales from the Black Book.
No começo de 2000, antes do início das gravações, o guitar rista Zé Flávio retorna ao grupo, o que ocasiona o cancelamento das gravações para reestruturação do repertório. Novas mudanças e, agora é a vez vocalista Luiz Carlos sair, pois não conseguia freqüentar os ensaios (incompatibilidade de horários) e acontece a volta do Angel ao posto de vocalista da banda, onde permanece até hoje. Assim mesmo, devido à novas mudanças de line-up, a banda só começa a gravar em 2002, lançando o CD em 2004.
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Tales from the Black Book trás novamente aquele Thrash selvagem, como nos anos 80 e, a voz do vocalista Angel é mais direcionada ao Death, mas também no estilo oitentista (sem estes grunhidos modernos!).
Uma gravadora sueca relançou o CD Antropophagy em 2005 com a demo Devil in my roof de 1983 como bônus. Este álbum vale o dinheiro investido e o incarte contém muitas fotos antigas.
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Este é um grande recomeço para a banda, o qual, esperamos, traga algum reconhecimento internacional! Em 2006 foi lançado o Split EP com a banda cult sueca Nifelheim.Problemas com as gravadoras
É impressionante como a banda foi prejudicada e enganada ao longo dos anos! Os álbuns Bloody Vengeance e Antropophagy foram licenciados pela gravadora italiana Metalworks.
Zhema enviou os master tapes para a Itália. A gravadora lançou o Bloody Vengeance com uma capa pobre. Infelizmente, Zhema nunca recebeu um centavo pelo álbum e nem as fitas com as gravações originais de volta.
Zhema viu pela primeira vez a capa do álbum Bloody Vengeance no website da Metaleros que aliás foi de onde eu tirei a maior parte das informações aqui fornecidas. Nem preciso dizer que o Zhema até hoje procura por uma cópia deste LP italiano!!!
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Álbum Ratrace lançado na Europa
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O álbum Ratrace foi lançado em 1990 pela gravadora britânica Metalcore. Este lançamento teve distribuição no Reino Unido pela prestigiosa Pinnacle. Na Alemanha foi distribuído pela Intercord, na França pela La Silence de la Rue e, na Bélgica, Holanda e Luxemburgo pela Semaphore. A gravadora pagou pelas gravações, mas os músicos não viram nenhum tostão pelas vendas. A gravadora nunca lhes enviou sequer uma cópia do álbum!
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Álbum lançado na Inglaterra
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Lamentavelmente este CD nunca foi lançado no Brasil. Anos atrás revirando um sebo de discos aqui em Londres, deparei-me surprendido com o álbum Ratrace. Não tinha idéia que o Vulcano tinha conseguido esta glória. Então, presenteio o caro leitor com a inclusão deste álbum histórico aqui, na programação da nossa Rádio 2bStar (clique aqui).
No ano de 2001 o guitarrista Junior Soto morreu devido a problemas de coração. Ele lançou em 1984, sob o nome Soto, um compacto chamado Tribute a Gilles Villeneuve (junto com o baterista Laudier).
Zhema toca ou tocou numa banda cover do Creedence Clearwater Revival junto com o Paulo (Centurias) chamada Travelling Man.
O primeiro LP é difícil de ser encontrado hoje em dia e o compacto tem gente que chega pagar mais de 100 dólares por ele.
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Vulcano Projeto SP Metal (1985)
Eu não conhecia o som do Vulcano. Eu sabia que esta banda assim como uma outra chamada Santuário era originária da cidade de Santos. Eu sabia também que tratava-se de uma banda do tipo extrema e imaginava que o som era mais ou menos na linha do Korzus (não deixe de ler a nossa página do Korzus!). Naturalmente estava curioso. No dia do show os músicos chegaram meio calados, sinistros. Eu me comunicava apenas com o Zhema que, além de ser o lider da banda, era um tipo bem profissional e organizado e portanto, não dei muita atenção aos outros músicos.
Minha memória é meio vaga mas, lembro-me desta pessoa, antes do show, à meia luz, andando pelo palco. Ele era um tipo escuro, meio arcado, parecia corcunda, sem camisa e com grandes cicatrizes parecendo queimaduras pelo corpo. Carregava um saco nas costas, parecia que carregava ossos... coisa bem macabra. Nesta noite o teatro Lira Paulistana pela primeira vez estava com um clima bem carregado, pesado mesmo.
Quando a banda entrou no palco o guitarrista usava um traje vermelho com capuz parecendo um monge diabólico e o vocalista tinha o microfone preso num grande osso velho e amarelado parecendo um fêmur humano.
Curiosamente o instrumental da banda variava de Hard Rock com pitadas de Heavy Metal à Black Metal com o vocal gritado o tempo todo. Muito embora o som tivesse variação em estilo, ele foi brutal e extremo do começo ao fim do show. A guitarra foi bem pronunciada com distorções que se fundiam com microfonias intermináveis.
Eu confesso que fiquei mais preocupado foi com a possibilidade da presença surpresa da polícia. Até explicar de onde tinham aparecido aqueles ossos (se é que eram ossos humanos), eu como responsável pelo projeto já até podia imaginar ver o Sol nascendo quadrado.
Eu não tinha nenhuma foto deste show e fiquei surpreso quando visitei o site da Metaleros. Este site, por incrível que pareça, tinha algumas fotos tiradas neste dia. Então, nada melhor do que, como diz o ditado, "matar a cobra e mostrar o pau" portanto, abaixo, vocês poderam vê-las:
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Será um osso humano?
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Ideologia satânica ou simplesmente marketing?
Quando o show acabou, como responsável pelo projeto, tive que ficar no teatro até quando os músicos se retirassem. Estava na porta do teatro supervisionando a retirada do equipamento quando notei este rapaz jovem, de rosto meio gordinho e saudável, cabelos bem curtos e expressão relaxada. Ele não usava nenhum adereço de rock e mais parecia um músico de alguma banda pop. Saia tranquilo puxando um amplificador. Fiquei curioso e perguntei incrédulo se ele era o guitarrista da banda. Com um sorriso tranquilo ele confirmou. Eu então, fiquei sabendo que o nome dele era Hansen e ele era também o guitarrista da banda eletrônica santista Harry. Ele mostrou-se uma pessoa bem inteligente e esclarecida.
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Explicou que a proposta da banda era simples. Ser a mais radical possível. "Se o público quer o demônio então damos o demônio!" foram suas últimas palavras...
Quanto aos ossos humanos, se minha memória não me engana, parece que algum tempo depois foi noticiado em algum jornal que a banda tinha tido problemas com a polícia por terem invadido túmulos em um cemitério.
O que pode ser encontrado aqui na rádio
Programação:
1) O Compacto duplo Om Pushne Namah (4 músicas).
2) O CD Ratrace versão inglesa e nunca lançado no Brasil (9 músicas).
3) O Show ao vivo completo realizado em SP no Projeto SP Metal em 1985 (8 músicas).
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Por A. C. Barbieri
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Fotos Recentes
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Fotos do show do Vulcano acontecido no Manifesto Bar na capital de São Paulo no dia 11 de maio de 2008.
Neste show a formação da banda foi: Zhema (guitarra), Angel (vocal), Fernando Nonath (guitarra, Chemical Disaster), Arthur Justo (bateria, Chemical Disaster e Preguh) e Carlos Diaz (baixo, Hierarchical Punishment e Chaosmaster).
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