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ÁLBUM NORDIC DREAM - ANTONIO CELSO BARBIERI (2022)
por Luiz Domingues
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“Nordic Dream” é o mais recente álbum do músico, compositor, produtor musical, webmaster, escritor e ativista cultural, Antonio Celso Barbieri. Criador inquieto, ele usou bem o tempo gerado pela quarentena sanitária decorrente da pandemia ao lançar obras em profusão e este CD “Nordic Dream”, é o seu mais recente fruto nascido de uma fase tão fértil e expressiva de sua parte.
No release oficial do álbum, o artista explana com muita lucidez o que o inspirou e motivou a criar a obra em si, e neste caso, o seu mergulho criativo foi direcionado às tradições nórdicas seculares, de onde buscou a fonte para compor.
Ante as geleiras e as tradições Vikings, principalmente a privilegiar na sua visão o paganismo que cultua a força da natureza, Barbieri se deixou levar por tal vibração ancestral e perpetrou uma obra multifacetada a expressar toda essa riqueza.
Ainda a recorrer ao release oficial da obra, acrescento que Barbieri destacou que especificamente para essa obra, ele fez uso de instrumentos virtuais, no caso, o “Nordic Cello" e outro chamado “Nores”', para buscar mais proximidade com a essência nórdica, e neste caso eu acrescento que, também pelo fato de que o artista sempre gostou de usar os recursos da tecnologia em torno das experimentações da música eletrônica em sua obra (“Nordic Dreams” é o seu 15º título de sua numerosa discografia).
Sobre a arte gráfica a denotar mais uma de suas habilidades, haja vista a sua atuação destacada como artista gráfico e webmaster, tenho a dizer que apreciei bastante a sua concepção. Um iceberg personificado na figura imponente da estilização de um Viking e respectivo elmo como sua base, mergulhado no mar gelado e sob o céu noturno, todo estrelado, da Escandinávia a ilustrar tanta beleza, realmente impressiona. (Barbieri explica que na arte de sua capa, ele está querendo dizer que, para ele, em termos de cultura nordica, o noção do "viking" é apenas a ponta do iceberg)
Agora ao refletir a minha percepção sobre o aspecto musical desse álbum, devo salientar que Barbieri seguiu a sua linha mestra usando instrumentos tradicionais e eletrônicos em perfeita sintonia. Ao mesclar docilidade e contundência, se mostrar épico e solene e igualmente profundamente respeitoso com a força das tradições místicas nórdicas, ele montou um belo mosaico representativo sobre a alma nórdica, sem, no entanto, deixar que o disco fosse confundido como algo pertencente ao campo da música Folk-Étnica e que tampouco possa ser rotulado como “World Music”, pois não tenho dúvida, a sua abordagem está muito fora dessas nomeações genéricas.
ABAIXO SEGUEM MEUS COMENTÁRIOS FAIXA-A-FAIXA, CONTENDO MINHAS IMPRESSÕES SOBRE AS MÚSICAS DESTE ÁLBUM:
Always Alone
Peça delicada, mostra beleza em sua melancolia reflexiva e implícita, sob o ponto de vista emocional. Gostei da influência do Rock Progressivo setentista expresso através dos sintetizadores de uma forma recôndita. Assista o clip da música "Always Alone", sob a criação e edição de Antonio Celso Barbieri
Ceres, Vesta and Juno
Bem rítmica, inclusive no uso inteligente da divisão e pausa como um belo recurso, passou-me uma ideia ritualística bem interessante.
“The Three Scandinavian Kingdoms” - gostei da incidência da percussão e do elemento Rock na sua composição, sutil, mas perceptível.
The Easter Celebration
Esta faixa tem um aspecto bastante salutar no sentido de se mostrar muito adequada para servir como trilha sonora de um filme com motivação militar.
The Emotional Wheel
Há um suspiro que soa como algo fantasmagórico que me chamou a atenção no arranjo desse tema, justamente por abrir campo para diversas interpretações. Se produzido por um Ser humano, denota representar uma série de introspecções profundas, do âmago do Ser e isso por si só já me impressionou. Se por outro lado for a repetição mecânica do ruído de uma máquina industrial, ele (Barbieri) foi além, pois estabeleceu a simbiose entre a máquina e os humanos sob diversos aspectos. Impressionante metáfora, portanto.
The Aurora Borealis
Bastante rica, ritmicamente a falar, esse tema me lembrou o estilo do saudoso tecladista e compositor grego, Vangelis, de certa forma.
From Nothern Ancient Times
Gostei muito do uso de sinos grandiosos para se emular um clima grandiloquente e também do ar orquestral do arranjo como um todo.
The Viking Pagan Mind
Destaque para a boa interpretação ao piano da parte do artista. Assista o clip da música "It's Good to Be Alive", sob a criação e edição de Antonio Celso Barbieri.
It’s Good to Be Alive
Tema extremamente vibrante, passou-me a ideia de uma celebração da vida e não por acaso o seu título sinaliza nessa direção.
Just a Friendly Clan Meeting
Faixa de curta duração, mostra em sua melodia, um trunfo vigoroso.
Nordic Dream
A faixa que dá nome ao álbum é bela pelo seu caráter épico, por trazer uma abordagem complexa em sua constituição sonora. Pelo aspecto da imagem proposta pelo artista, apesar do nome, não se trata de uma ode à cultura nórdica como um todo, mas sim à força da liderança viking em meio às suas planificações pela construção de uma civilização que suprisse os seus anseios, conforme Barbieri assinalou no release oficial do álbum. Assista o clip da música: "Nordic Dream", sob a criação e edição de Antonio Celso Barbieri.
Running Down Hill
Essa música soou-me enigmática e soturna (no bom sentido, logicamente), ao denotar, na minha visão (bem-entendido), uma abordagem impressionista em essência.
The Soft and the Hard Feelings
Tema bastante percussivo, muito interessante.
The Viking Prophecy
Tema executado ao piano, se mostra introspectivo e expressivo.
The Secrets of the Golden Crown
Gostei da construção dessa linha ao piano, a privilegiar notas longas que ressoam e assim valorizaram a introdução de percussão com farta influência oriental.
Em suma, o novo álbum de Antonio Celso Barbieri, “Nordic Dream”, é rico em diversificação sonora, também pela mescla de instrumentos tradicionais com recursos eletrônicos e até virtuais, propõe reflexão sobre o papel da cultura pagã nórdica como elemento fundamental para a formação da cultura geral Anglo-Saxã, mas com clara importância para a todas as culturas europeias e a abranger o mundo, por conseguinte.
Mais um dado importante: é preciso salientar que a se mostrar coerente, como em todos os seus discos anteriores, Barbieri usa o recurso de buscar o acesso profundo em seu “Eu” interior e nesse esforço, a sua autoanálise empreendida através do seu encontro com o próprio micro-cosmo, há sempre uma amálgama perfeita também com o macro-cosmo da realidade externa a abordar a sua visão sociopolítica do mundo.
Antes de encerrar a resenha, faço o convite ao leitor para que conheça a matéria longa que eu escrevi e publiquei no meu Blog 2, para repercutir a persona de Antonio Celso Barbieri, como um empreendedor cultural eclético e dinâmico. Eis abaixo o link para acessar a matéria:
Antonio Celso Barbieri, um Visionário!
Para escutar, na íntegra, não só o álbum “Nordic Dream” mas todos os seu álbuns já lançados, visite o site:
“Nordic Dream” foi inteiramente gravado no estúdio RAW VIBE de Londres, UK e lançado em 2022.
Composições, arranjo, arte de capa e produção geral de Antonio Celso Barbieri.
Antonio Celso Barbieri toca todos instrumentos, além da programação de sons eletrônicos e virtuais.
Esta matéria foi publicada originalmente no site abaixo
Não deixem de visitar e prestigiar seu excelente trabalho:
BLOG DO LUIZ DOMINGUES
ABAIXO SEGUE O TEXTO ORIGINAL ESCRITO POR BARBIERI PARA O LANÇAMENTO DESTE ÁLBUM:
Barbieri comenta sobre o seu trabalho musical:
“Na minha música eu reconheço a importância do arpejo, da repetição, da pergunta e da resposta, dos opostos em termos de frequências graves e agudas e em termos de tempo lento e tempo rápido. Confesso que continuamente recebo influências visuais e sonoras de todos os lugares, dos filmes que assisto, das publicidades na TV, de outros artistas e até dos pássaros que cantam próximos casa. Estou sempre aberto para as surpresas causadas pelos erros, pelas coincidências e principalmente pela sincronicidade. Entendo sempre que compor é mais do que uma atividade lúdica. A música para mim, é um imperativo da alma que me ajuda a fazer a ponte entre esta realidade e outras que nem posso explicar. Considero o meu trabalho musical, ‘a música das esferas’. Digo isto porque, quando componho, me sinto como um Deus capaz de criar novos universos. Sempre que ouço minha própria música sinto que estou entrando dentro do meu templo espiritual. Fico sempre emocionado e agradecido por ser capaz de criar algo que tem o poder de alterar o emocional das pessoas sensíveis! Reconheço que a arte é como o amor, indescritível e que, muitas vezes, ela passa direto pelo cérebro para tocar o coração daqueles que a recebem e a aceitam.”
“No meu caso, quando escuto o meu próprio trabalho, ele me atinge de duas formas; intelectualmente e emocionalmente pois, reconheço nele as estratégicas sonoras, tecnologias e equipamentos usados, assim como, meus próprios processos mentais e buscas para encontrar não só o instrumento ou timbre certo para cada composição como procurar também mostrar alguma riqueza ou movimento harmônico. Apesar da estar satisfeito com o resultado conseguido tenho plena consciência, como músico, das minhas limitações como artista. Este é um desafio importante que me mantém sempre curioso, estudando, aprendendo, tocando e gravando. Ouvindo meu trabalho sempre reconheço aquelas músicas que nasceram praticamente prontas e aquelas que me deram muitos problemas para conseguir chegar num resultado satisfatório que, quase por mágica, resultaram em algo tão belo!”
“Quando falo em ‘belo’, sei que a beleza está nos olhos e ouvidos daqueles que escutam e são capazes de apreciar. Tendo dito isto, desafio-lhe a deixar-me invadir vossas mentes com minha música! Tenho certeza de que descobrirão que dentro da minha natureza multifacetada onde escrevo muito, estou sempre me devotando às artes gráficas e, preocupado, filosofando sobre a natureza humana (que infelizmente me faz sentir que estamos sendo conduzidos para um beco sem saída), a música desempenha um papel fundamental, felizmente preenchendo uma lacuna que poderia muito bem ter sido preenchida pela loucura…”
“Finalmente, empresto e altero as palavras usadas pelo Capitão James Kirk (William Shatner) na série Jornada nas Estrelas (StarTrek) para definir meus objetivos musicais”:
“Minha música: a fronteira final. Estas são as viagens da nave mental de Antonio Celso Barbieri, na sua missão de vida, explorando novos mundos sonoros, buscando criar novas ideias e novas composições, ousadamente tentando criar uma música autoral que nenhum músico ainda tenha conseguido compor ou que, pelo menos, tentando criar uma música que consiga chegar a agradar aqueles que a ouvirem…”
Barbieri fala sobre Nordic Dream:
"Desde de que pesquisei para escrever meu livro “O Livro Negro do Rock” não só ganhei um grande respeito pelo paganismo como também pelos pensamentos do mago Aleister Crowley. Não é minha intenção neste texto dar uma aula sobre paganismo. Resumidamente quero lhe deixar claro que a palavra ‘pagão’ foi indevidamente apropriada pela Igreja Católica para definir aquele que não foi batizado. O Paganismo é de forma bem básica, o reconhecimento e respeito pelas forças da natureza e principalmente o Sol que, sem ele não haveria a vida na Terra."
"O poder do Sol já era reconhecido muito antes dos Egípcios e, o dia e a noite assim como a lua e as estrelas desde muito tempo foram guias dos homens mostrando a passagem do tempo, as quatro estações do ano, etc.."
"Como já devem saber, moro em Londres desde 1987. Se a nossa língua vem do latim a língua inglesa vem do anglo-saxão. Quer dizer, queira ou não queira o Reino Unido tem uma ancestralidade Viking."
"Uma das minhas primeiras influências musicais foi a banda inglesa 'In the Nursery' que usava e abusava de ritmos militares usando a execução de tímpanos acompanhados por uma caixa (snare) de banda militar. A banda não tinha um guitarrista, sons de samplers e teclados eram sempre usados e a voz quase sempre era interpretada na forma de uma declamação poética. Sua música tinha um clima nostálgico, às vezes meio épico beirando o gótico e quase sempre soava como uma trilha sonora para um filme desconhecido ou que ainda não tinha sido lançado."
"Sempre, naveguei na contramão do gosto popular, seja ele MPB, POP, Blues, Hard Rock, Metal ou mesmo Jazz. Não me entendam mal, desde que seja inteligente ou de raiz, eu escuto de tudo, mas, no final, acabo sempre voltando para algo fora dos modismos e que de uma forma diferente, até difícil de explicar, me satisfaça. Portanto naturalmente, minha música autoral reflete estas minhas preferências."
"Sempre digo que não sou eu quem escolhe a música e sim ela que em escolhe. Estou sempre aberto para a sincronicidade!"
"Desde o começo de 2022, já havia composto várias músicas até que conheci dois instrumentos virtuais muito interessantes um chamado 'Nordic Cello' e outro chamado 'Nores'. Foi experimentado com estes dois instrumentos que surgiu a música 'Nordic Dream'. Conforme compunha, ela começou me evocar imagens de geleiras, icebergs e baleias. Fiquei curioso e fui pesquisar a palavra 'Nordic' e descobri que trata-se de uma referência aos países nórdicos que são uma região geográfica e cultural do norte da Europa e do Atlântico Norte. Esta região, inclui os estados soberanos da Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega, Suécia e os territórios autônomos das Ilhas Faroé, da Groenlândia e da região autônoma de Åland.
Os países nórdicos têm muito em comum em seu modo de vida, história, religião e estrutura social. Eles têm uma longa história de sindicatos políticos e outras relações próximas, mas, hoje, não formam uma entidade única. No século 19, o movimento escandinavo procurou unir a Dinamarca, Noruega e a Suécia em um país. Com a dissolução da união entre a Noruega e a Suécia, a independência da Finlândia no início do século 20 e o referendo constitucional islandês de 1944, esse movimento se expandiu para a moderna cooperação nórdica organizada. Desde 1962, esta cooperação baseia-se no Tratado de Helsinque que estabelece o quadro para o Conselho Nórdico e o Conselho Nórdico de Ministros.
Bom, a minha música 'Nordic Dream' (O Sonho Nórdico) acabou dando nome ao álbum. Acho necessário deixar claro que meu álbum não tem carácter político e nele minha música não procura espelhar a música tradicional desta região. Aqui, sem desejar criar polêmica ou ofensa, de uma forma bem vaga, procuro apenas, ao meu modo, homenagear os Vikings e seu paganismo original!
Este é o meu décimo quinto álbum! Meu trabalho é totalmente independente, não tenho gravadora oficial e qualquer ajuda na divulgação ou interesse em lançar o meu trabalho será sempre apreciado e considerado!
“Desde já agradeço a vossa atenção! Obrigado! Love is the Law, Love under will!” - Antonio Celso Barbieri (julho de 2022)