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Muse: Um supergrupo para os nossos tempos?
Escrito por Antonio Celso Barbieri
Muse é uma banda geralmente classificada com sendo “Rock Alternativo”. Ela é natural da cidade de Teignmouth na Inglaterra. Trata-se de um power trio formado por Matthew Bellamy (vocal principal, piano e guitarra), Chris Wolstenholme (baixo e backing vocais) e Dominic Howard (bateria e percussão). A banda formou-se no começo de 1994 e, antes de adotarem o nome Muse, já havia passado por vários outros nomes (Gothic Plague, Fixed Penalty e Rocket Baby Dolls).
Muse: Matthew Bellamy, Chris Wolstenholme e Dominic Howard
Já faziam alguns anos que vinha acompanhando o progresso desta banda. Confesso que, apesar de muito competente, no princípio, achava seu som uma cópia descarada da banda Radiohead e me perguntava porque o mercado precisaria de dois Radioheads. Conforme a banda foi progredindo e lançando novos álbuns, a cada videoclipe novo, fui percebendo a qualidade do trabalho e o nível da produção visual. Mais tarde pude assistir na TV um show e, ao vivo, a semelhança do trabalho vocal de Matthew Bellamy com o do genial Freddie Mercury deixou-me de boca aberta. Parecia até algo espiritual, tipo reencarnação ou coisa parecida. É impossível negar as influências.
Mais tarde, a música Survival, tornou-se a canção oficial dos Jogos Olímpicos de 2012 o que, resultou numa performance excelente da banda no estádio. Ali, pudemos presenciar um supergrupo pronto, perfeito e maduro.
Então, The 2nd Law, o novo álbum, uma referência à segunda lei da termodinâmica e, o sexto da sua carreira, foi lançado. Eu, já tinha ouvido este álbum meses atrás quando saiu mas, foi só agora que consegui obter o DVD mostrando como é que foi que ele foi gravado.
Nota: 2nd é uma abreviação para a palavra Second (Segundo)
Matt Bellamy numa apresentação da sua banda Muse no Staples Centre em Los Angeles no dia 24 January de 2013. Foto: John Shearer/Invision/AP
Neste DVD, fica claro que Muse não é uma banda comum, a genialidade está presente o tempo todo. Assistir este DVD fez-me sentir inferior e perceber quão distante estamos do nível de uma banda como esta. Para começar eles foram para o estúdio com todas as músicas já partituradas. Muito embora hoje em dia, no estúdio, usando por exemplo SampleTank ou Miroslav Filarmônica Orquestra e Coral (plug-ins da IK Multimedia) possamos ter uma orquestra completa dentro do nosso computador, Muse optou por gravar tudo de verdade, com direito à coral, orquestra, regente e tudo mais. No vídeo percebe-se claramente que Matthew Bellamy e sua banda estão no controle o tempo todo. Enquanto observava, emocionado e de queixo caído, o trabalho orquestral, coral e instrumental sendo capturado ao vivo, a sonoridade épica das gravações foi tão forte que houve momentos em que senti que até parecia que Muse estava compondo uma trilha sonora para um filme tipo, a série Jogo de Tronos.
Caros leitores/ouvintes, vocês poderão até não gostar desta banda, eu entendo e respeito mas, considerem este álbum como uma aula. Solicito que "abram o volume" e observem o trabalho de mixagem e produção final, vejam como a banda não tem medo de abraçar novas tecnologias e tendências, percebam como a música clássica e o rock extremo caminham juntos perfeitamente. Como, em certos momentos, a pureza dos timbres contrastam com a distorção e os graves brutais, como a banda passeia tranquilamente por vários estilos à pondo de que, considero classifica-la simplesmente como sendo uma banda de Rock Alternativo, um reducionismo inadmissível pois aqui temos uma superbanda par–a–par com os monstros sagrados do passado tipo Pink Floyd e Led Zeppelin, bandas estas que estão acima de qualquer categoria. Estou exagerando? Não acredito!
Antonio Celso Barbieri