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The John Lennon Letters
(As cartas de John Lennon)
Lançamento oficial dia 09/10/2012 - Texto publicitário colhido na Amazon
Traduzido por Antonio Celso Barbieri
John Lennon foi um escritor e um músico. Quando ele tinha uma ideia, um pensamento, uma reação ou o desejo de comunicar-se sempre foi muito natural pegar uma caneta e escrever.
Ele viveu e morreu numa era anterior aos e-mails e textos online. Caneta e tinta foram suas ferramentas. John escreveu cartas e cartões postais a sua vida inteira. Ele escreveu para amigos, família, estranhos, jornais, organizações, advogados e até para o seu tintureiro. Muitas das suas cartas eram engraçadas, informativas, campanhas, espertas, loucas, poéticas, angustiadas e às vezes de partir o coração. Pela primeira vez, sua esposa, Yoko Ono, deu permissão para que seja publicada uma coleção das suas cartas. O editor é Hunter Davies, o oficial biógrafo dos Beatles, que conheceu bem John Lennon.
As cartas do John são de alguma forma um mistério. Onde elas estavam? Durante os anos, muitas delas apareceram em leilões e, foram vendidas para negociantes e colecionadores. Ou então, foram mantidas pelos seus donos, trancafiadas por segurança em cofres. Foi um grande trabalho de detetive encontrar todas estas cartas, cartões postais e notas que foram arranjadas em ordem cronografia para que a narrativa crescesse refletindo a vida do John Lennon. Será um trabalho bem visual porque, de alguma forma muitas das cartas estão reproduzidas exatamente como são, escritas à mão ou datilografadas, incluído aqui ali um desenho ou um rabisco. The John Lennon Letters é fundamentalmente um livro para leitura e estudo provendo uma visão única de uma grande figura dos nossos tempos.
Cartas de Lennon castigaram McCartney...
...e o tintureiro local
Escrito por Mark Edmonds para o Jornal The Sunday Times (07/10/12)
Traduzido por Antonio Celso Barbieri
John Lennon foi responsável por compor o hino Give Peace a Chance (dê uma chance à paz) para o movimento pacifista mas, suas cartas revelam sua relutância para seguir seu próprio conselho no tocante à sua relação com Paul McCartney.
Uma carta escrita em 1971 para Paul e Linda McCartney mostra seu tormento pelo "merda para você e o resto… jogado na Yoko e em mim". Ele zomba Paul McCartney pela sua sugestão de que, "a arte de hoje surgiu por causa dos Beatles". Ele escreve: "Paul, não acredito que você seja tão louco, você acredita mesmo nisto? Quando você parar de acreditar talvez você acorde!"
Esta carta faz parte de uma coleção de quase 300 que também nos proporciona uma intrigante e rápida olhada nas atividades mais mundanas do dia-a-dia deste gênio musical onde, inclui-se o sentimento de culpa por ter sido rude com uma garçonete, irritação com seus empregados e até uma bizarra discussão com o tintureiro local.
Estes documentos, foram coletados pelo escritor Hunter Davies e serão publicadas esta semana, revelando Lennon como um ávido escritor de cartas. Ele normalmente escreveu quanto estava nervoso mas, também escreveu com ternura ou ás vezes até cartas engraçadas para os amigos, família e fãs, sempre fazendo grande esforço para manter contato com estranhos.
Lá pelo final da sua vida, em Nova York, na sua fase de "dono de casa" e esposo, Lennon passou a ser uma pessoa preocupada com os detalhes do trabalho doméstico. Numa nota, ele acusa um dos seus assistentes de ter alugado um dos seus pares de botas depois de que algumas das suas posses mais queridas começaram sumir, incluindo o seu uniforme usado para as fotos do Sgt Pepper. (Nota do Barbieri: Absurdo alguém alugar o seu par de botas, uma coisa tão íntima! Este funcionário tinha que ir para a cadeia!)
Em um outro episódio, não intencional mas, inegavelmente hilário, escrito em 1979, um ano antes da sua morte, ele acusa o tintureiro local de arruinar suas roupas. "A senhora Yoko Ono Lennon não pintou e nunca pintará seus cabelos! Qual é a sua desculpa para tornar a minha camisa branca novinha em amarela!"
Outra nota, nos permite ver o lado cheio de consideração de Lennon. Nos anos 70, no seu famoso período conhecido como "Lost Weekend" (fim de semana perdido) quando John separou-se da Yoko, ele frequentemente saiu para beber juntamente com o cantor Harry Nilson. Uma noite ele bebeu demais e acabou ofendendo uma garçonete.
"Querida Pam," ele escreveu mais tarde quando já estava sóbrio. "Eu peço desculpas por ter sido tão rude e agradeço por você não ter me batido."
Se ele podia ser agressivo com garçonetes, ele também podia ser charmoso com seus fãs. Em uma carta datada de 1963, escrita para uma garota de 14 anos chamada Sandra Clark , Lennon confirma que é casado. "Em resposta a sua questão, sim eu sou casado e o nome da minha esposa é Cindy".
Em 1982, a maquina de lavar da Sandra Clark quebrou e, para comprar outra, ela acabou vendendo a sua carta em um leilão por 440 libras. Esta carta pertence hoje à um colecionador japonês e, segundo o escritor Hunter Davies, hoje vale mais ou menos 20.000 libras.
Lennon escreveu uma outra carta para o famoso crítico de design Stephen Bayley. Bayley frequentou o Quarry Bank High School em Liverpool, a mesma escola em que John Lennon tinha estudado. Bayley na época, estudante, escreveu para John Lennon perguntando qual foi sua inspiração para algumas das canções do álbum Sgt Pepper's Lonely Hearts Club Band. Lennon escreveu:
"A letra do Mr Kite foi tirada quase palavra por palavra do antigo pôster teatral… O Sr Burton ainda está aí? Se está diga alô! Ele foi um dos únicos professores que me entendeu e vice-versa".
Os Beatles, depois de longos e doloridos meses de bate-bocas, principalmente à respeito de questões relativas ao seus negócios, anunciaram sua separação em 1970.
Em uma carta escrita à mão endereçada ao advogado Lee Eastman, o cunhado de Paul McCartney que, Paul queria trazer para administrar os negócios da banda, John Lennon deixou claro que ele não se considerava mais parte da banda:
"Eu não quero mais ouvir falar dos Beatles como se eles ainda estivessem vivos, OK?"