Manipulando a opinião pública: Como funcionam as Redes Sociais, em particular o Facebook.
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Arte: Colagem Digital feita por Barbieri
Manipulando a opinião pública:
Como funcionam as Redes Sociais, em particular o Facebook.
Escrito por Antonio Celso Barbieri
Tudo começou nos Estados Unidos quando alguns pós hippies desiludidos com a incapacidade de mudarem o sistema (o mundo real) agruparam-se em Silicon Valley e criaram o universo virtual que acabaria sendo conhecido como Internet. No começo não existia ainda o WWW (World Wide Web) e o que foi criado era apenas um sistema rudimentar de comunicação entre computadores dentro de uma mesma empresa, instituição ou universidade. O problema era que, por exemplo, cada universidade tinha seu próprio tipo de “protocolo” de conexão, seu próprio sistema de comunicação entre computadores.
Este problema de comunicação entre computadores foi solucionado com a criação do TCP/IP (Transmission Control Protocol/Internet Protocol) permitindo então que qualquer computador pudesse comunicar-se um com o outro.
Vinton Gray Cerf (nascido no dia 23 de Junho de 1943) é um Norte Americano pioneiro da Internet reconhecido mundialmente como "um dos pais da Internet". Ele divide este título com seu compatriota Robert Elliot "Bob" Kahn (nascido no dia 23 de December de 1938) co-inventor do TCP/IP.
Neste momento inicial, até uma declaração de posse do Universo Virtual foi feita onde alguns visionários pediram que os capitalistas ficassem fora da Internet.
Paralelamente grandes avanços eram feitos no campo da Inteligência Artificial. Foi quase por acidente que uma descoberta foi feita. Foi escrito um programa de computador, um tipo de “psicólogo virtual”. A coisa funcionava assim: a toda pergunta o computador respondia com uma outra pergunta levemente baseada no conteúdo da própria pergunta mais dados retirados de um questionário respondido antecipadamente e até usando informações coletadas da própria Internet.
Computador: “Em que posso servi-lo/a? Tudo bem, com você? “
Usuário: Geralmente responde: “Tudo bem obrigado! “ Ou quase sempre: “Hoje estou meio triste! “
Computador: “Da para você ser mais específico? Porque você você está alegre? “ Ou então: “Porque você está meio triste?
Usuário: Estou triste com meu pai, porque ele me ignorou!
Computador: “Porque você acha importante receber atenção do seu pai? “
Bom, e por aí vai. O que acontece é que o “Usuário” esquece que esta falando com uma máquina e começa a ter uma relação emocional com o "Computador".
Mais tarde outro cientista criou “logarítmicos” especiais e muito mais complexos para coleta de dados e assim poder criar respostas mais adequadas, precisas e talhadas individualmente, para cada usuário.
O sistema (Status Quo) percebeu rapidamente o potencial destes logarítmicos para não só vendas, mas, também controle da opinião pública.
Vejam, por exemplo, o meu caso em particular: de forma simplificada, no Facebook, tenho mais de 2.000 “amigos” (apenas um adjetivo enganoso). A realidade é que, lá nesta Rede Social, esta matéria que estou escrevendo infelizmente chegará apenas à uma pequena parcela destes pseudo amigos.
Caso ainda não tenham percebido, muito embora eu não goste de títulos, politicamente, a direita deve me considerar um “liberal progressista de esquerda”. Então, através dos poucos gatos pingados que clicam minha postagem mostrando que gostaram da mesma, é criada uma imagem minha, uma “bolha” onde minhas postagens são enviadas apenas para aqueles que já pensam como eu e concordam comigo. Quer dizer, meu poder de mudar as pessoas através da palavra é severamente limitado pelo próprio Facebook. Não tenho como mudar a opinião pública. Se por um lado, escrevendo descarrego o meu stress emocional causado pela situação política atual por outro, o próprio sistema se encarrega de impedir que eu mude alguma coisa.
Eu sei que sou um “peixe pequeno”, mas, vejam só o caso das últimas eleições norte americanas. No momento o partido da Hilary Clinton está processando o Facebook acusando-o de através do uso de logarítmicos sofisticados ter favorecido Donald Trump, o presidente eleito. Nas redes sociais a campanha da Hilary Clinton não teve alcance nenhum enquanto a do Trump chegou em todo lugar.
Não tenham dúvidas de que se você tiver o poder financeiro do seu lado, você poderá manipular, como já está acontecendo com toda a mídia (virtual e não virtual) e opinião pública de todo o mundo.
Acreditem, no Brasil está acontecendo a mesma coisa. Como passar por cima deste controle tipo Big Brother? (Leia o livro chamado "1984" escrito por George Orwell).
O meu conselho é que vocês devem julgar as pessoas e principalmente os políticos não pelo que falam na mídia, mas apenas pelas suas ações.
Vejam, por exemplo, o Juiz Moro em conchavos e sorrisinhos com Aécio Neves e Temer. Certamente, um advogado sério e responsável não se confraternizaria com aqueles a quem ele deve investigar!
Vejam por um lado a mudança na lei da aposentadoria onde as novas gerações raramente conseguirão aposentar-se e por outro os aumentos dados pelos políticos a si mesmos. Não precisamos de muito exercício mental para perceber a grande contradição e injustiça destas medidas!
Vejam a realidade de que nenhum político corrupto está realmente preso e os trilhões roubados continuam no exterior, nos paraísos fiscais.
Vocês honestamente acham que minhas palavras chegarão à algum lugar? Claro que não! Uma máquina sofisticada está em funcionamento contendo e limitando todos aqueles que tem coragem de nadar contra a correnteza da ignorância criada pelas próprias redes sociais.
Resumindo, os ideais de um “paraíso hippie” foram corrompidos e mais tarde a utopia da criação de “universo virtual” livre dos interesses escusos das grandes corporações mundiais não passou de um sonho inocente.
O povo, enganado e controlado, está aparentemente resignado, silenciosamente, apenas caminhando para a escravidão! Entendam, enquanto as ovelhas não se rebelarem as coisas nunca mudarão!
Então, tenham em mente que no Facebook você não lê o que "precisa" ler e sim o que você "quer ler"! Vivemos dominados pelos "logarítmicos da conformidade"!
Quer dizer, se você não desafiar seu intelecto, não progredirá e nunca conseguirá perceber como está sendo manipulado!
Nota Importante: Cabe lembrar que o fracasso de todos os projetos revolucionários anteriores foi sempre causado pela falta de um plano antecipado para o que fazer depois de assumir o poder. A falta de um plano antecipado sempre facilitou a chegada ao poder de outro político ladrão e desonesto!
Então, porque escrevo? Porque como John Lennon disse: “Você pode pensar que sou um tolo, mas não sou o único!
Antonio Celso Barbieri