Luiz Gushiken: Falece um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores!
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Luiz Gushiken
Falece Luiz Gushiken, um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores!
Sábado, 14 de setembro de 2013
Luiz Gushiken, ex-ministro das Comunicações no primeiro governo Lula morreu ontem à noite no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde estava internado com câncer. Tinha 63 anos. Gushiken, era considerado, desde a fundação do Partido dos Trabalhadores, em 1980, um dos petistas mais próximos ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Administrador de empresas e deputado federal durante três legislaturas, de 1987 a 1999, Gushiken também militou no grupo Liberdade e Luta, conhecido como Libelu.
Na década de 1970, quando foi funcionário do Banespa, participou intensamente do movimento sindical paulista, a ponto de ocupar diversos cargos na diretoria do Sindicato dos Bancários do Estado de SP entre 1978 e 1985, sendo este último ano marcado por ter liderado a categoria em uma greve nacional que mobilizou 700 mil pessoas.
Um ano após a grande paralisação, tornou-se membro do diretório nacional do PT e, em novembro, acabou eleito para seu primeiro mandato na Câmara dos Deputados.
Considerado um ex-radical, o petista alcançou, em 11 de dezembro de 1988, a 1ª vice-presidência da Executiva Nacional do PT e tornou-se presidente interino a partir de janeiro do ano seguinte, ocupando lugar que era de Olívio Dutra. Gushiken permaneceu no cargo até 1991.
Em 1989, foi um dos principais coordenadores da campanha de Lula para a Presidência da República, na qual o candidato perdeu para Fernando Collor de Mello (PRN). Anos depois, Gushiken votou na Câmara a favor da abertura do processo de impeachment do então presidente Collor.
O ex-bancário também participou do comitê que organizou a campanha de Lula ao cargo de chefe do Executivo nacional nas eleições de 1998, porém novamente o petista saiu derrotado, desta vez por Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Após algumas derrotas, finalmente, na eleição de 2002, o ex-metalúrgico tornou-se presidente da República. O líder de sua equipe de transição foi Antônio Palocci, que escolheu Luiz Gushiken para ser seu coordenador-adjunto. Ainda no mesmo ano, Lula indicou Gushiken para comandar a Secom (Secretaria de Comunicação do Governo), com uma verba para gastos em publicidade estimada à época em R$ 113,2 milhões.
O senador Suplicy visitou Luiz Gushiken no Hospital Sírio Libanês
A Trajetória
Gushiken nasceu no município de Osvaldo Cruz (SP) em 8 de maio de 1950. Em 1970, tornou-se escriturário do Banco do Estado de São Paulo (Banespa). Começou a militar na tendência Liberdade e Luta (Libelu), braço estudantil da OSI (Organização Socialista Internacionalista), de orientação trotskista.
Em 1982 tornou-se secretário-geral do sindicato e, em 1985, presidente da categoria. Nesse mesmo ano, liderou uma greve nacional de três dias que paralisou 700 mil bancários.
Em 1980, participou da fundação do PT (Partido dos Trabalhadores) e, em 1983, da CUT (Central Única dos Trabalhadores). Em 1986 foi eleito membro do Diretório Nacional do PT e, em novembro, foi eleito deputado federal pelo PT de São Paulo.
No final de 1986, deixou a presidência do Sindicato dos Bancários e, no ano seguinte, assumiu uma cadeira de deputado no Congresso Constituinte, que promulgou a Constituição de 1988.
Em 1989 tornou-se presidente nacional do PT e coordenou a campanha de Lula à Presidência, que terminou em segundo lugar no pleito. Deixou a presidência do partido em 1991.
Em 1992, apoiou o impeachment do presidente Fernando Collor (PRN). Reeleito deputado federal em 1994, em 1998 desistiu de disputar novo mandato para coordenar outra campanha de Lula à Presidência. Depois, montou uma empresa de consultoria para a área de previdência.
Em 2002, após a eleição de Lula, tornou-se coordenador-adjunto da equipe de transição e foi nomeado ministro da Secretaria de Comunicação de Governo.
Em 2005, foi acusado pelo ex-dirigente do Banco do Brasil Henrique Pizzolato de ter influído nas decisões de investimentos de cinco fundos de pensão ligados a estatais, que contrataram a Globalprev Consultores Associados, que pertencia a dois ex-sócios de Gushiken. Gushiken negou as acusações.
Deixou a Secretaria de Comunicação e perdeu o status de ministro, assumindo a função de chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos. Em novembro de 2006, pediu demissão do Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência afirmando que as acusações se transformaram em "prova de culpa".
"Os aspectos deletérios daquela crise [do mensalão] também não podem ser esquecidos. Na voragem das denúncias abalou-se um dos pilares do Estado de Direito, o da presunção de inocência, uma vez que a mera acusação foi transformada no equivalente à prova de culpa", afirmou o petista na carta.
Barbieri comenta:
Independentemente de sua posição política, devemos reconhecer que Gushiken, deixa um legado de fazer inveja. Sua história e carreira política foi sempre consistente com seus ideais revolucionários. Gushiken literalmente, como lá pelo começo dos anos 80, pessoalmente descobri, nunca fugiu do perigo e, desde sua luta pela democracia até a sua última batalha contra o cancer, manteve sempre sua dignidade intácta. Descanse em paz!
Antonio Celso Barbieri
Não deixem de ler este artigo que escrevi
relatando o dia em que fui salvo por Luiz Gushiken