Adeus Dennis Hopper!
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The Power trio: Dennis Hopper, Peter Fonda e Jack Nicholson em foto rara autografada pelos atores.
Adeus Dennis Hopper!
Esta semana o mundo perdeu um dos seus grandes "loucos”. Dennis Hopper em termos de loucura só competia com Jack Nicholson. Ele, obviamente vinha em segundo mas, nem por isto era menos querido. Dennis foi uma destas personalidades, complicadas, difíceis de trabalhar e cheias de defeitos, uma destas personalidades tão expostas que acabamos nos identificando com elas porque são como espelhos refletindo a fragilidade de toda a raça humana. Este louco genial tinha uma personalidade tão forte que sem fazer nada podia até roubar um filme. Quando assisti pela primeira vez Easy Rider (Sem Destino) fiquei revoltado e chocado. Eu era um jovem descobrindo "sex, drugs and rock'n'roll" e o filme foi, para mim, um hino libertário que me impulsionou já em 1972 à fazer minha primeira viagem de carona. Viajei de São Paulo até a Buenos Aires na Argentina só "no dedo". Esta viagem foi de certa forma meu treinamento para "a grande escapada" que seria minha viagem para Londres em 1987.
Dennis Hopper no filme Easy Rider
Denis Hopper participou de muitos filmes mas dois em particular ficarão para sempre marcados na minha memória: Easy Rider e Apocalipse Now. Neste último Francis Ford Coppola, o famoso diretor, reclamou que, teve muita dor de cabeça com Hopper que nunca fazia as coisas do jeito que ele queria e interferiu incontáveis vezes, discordando das falas contidas no roteiro.
Dennis Hopper no filme Apocalipse Now
Muita gente não sabe mas foi Dennis Hopper o cara que inventou a gíria "COOL" usada por todo mundo. Foi uma idéia que ele teve para o filme Easy Rider.
Dennis Hopper: O homem "cool"!
Então eu quero terminar esta pequena homenagem dizendo:
"Dennis Hopper, para mim, você será sempre um cara muito cool! Onde você estiver, eu te saúdo!"
O ator norte-americano morreu cercado de familiares em subúrbio de Los Angeles. Ele faleceu vítima de complicações provocadas por um câncer de próstata.
O ator e diretor de cinema norte-americano Dennis Hopper morreu neste sábado (29), aos 74 anos, segundo um amigo da família revelou à agência de notícias Reuters e segundo sua produtora.
Ele faleceu cercado por parentes, em sua casa em Venice, no subúrbio de Los Angeles, às 8h15 locais (12h15 de Brasília), segundo Alex Hitz, amigo do ator e diretor de "Sem destino" (no título original "Easy rider")
Ele sofria de câncer na próstata e morreu de complicações decorrentes da doença. Segundo a agência de notícias EFE, o ator recebia tratamentos contra o câncer desde outubro, por meio de um programa especial da Universidade do Sul da Califórnia, em Los Angeles. Dennis Hopper deixa quatro filhos. O funeral do ator está sendo organizado.
Divórcio conturbado
Lutando contra o câncer há tempos, sua condição de saúde piorou em setembro, mas Hopper continuou a trabalhar até o fim de sua vida, tanto na série norte-americana de TV "Crash" (baseada no filme homônimo, de 2008), quanto na produção de um livro de fotografias (um de seus principais hobbies, ao lado da pintura e da escultura).??Seus últimos meses de vida foram marcados pelo divórcio conturbado de sua quinta esposa, a atriz Victoria Duffy. De acordo com a revista "US Magazine", o motivo que levou Duffy a pedir o divórcio do ator, em janeiro, foi uma discussão sobre testamento e o valor que ela receberia após a morte de Hopper.
Dentre seus casamentos, que marcam uma vida agitada (com vício em drogas e álcool), está uma união com a cantora Michelle Phillips, do grupo Mamas and the Papas, em 1970. O casamento durou oito dias e segundo ela declarou à época à revista "Vanity Fair", terminou devido ao tratamento "brutal" a que era submetida. Em declaração polêmica acerca de seu estilo de vida, o ator chegou a revelar que gostava de "cheirar carreiras de cocaína do tamanho de seu braço para continuar podendo beber galões de álcool".
Dennis Hopper dirigiu e atuou em "Sem destino", de 1969, road movie que é considerado sua obra-prima e pilar da contracultura e do movimento hippie na década.
"Nós olhávamos para toda a década dos 60 e ninguém havia feito um filme com alguém fumando maconha sem sair por aí e matar um punhado de enfermeiras", disse Hopper à "Entertainment Weekly", em 2005. "Eu queria que 'Sem destino' fosse uma cápsula do tempo sobre aquele período."
Dennis Hopper e sua filha Galen, em homenagem
realizada em Hollywood em março. (Foto: Reuters)
Segundo a crítica, "Sem destino" mudou a história do cinema norte-americano ao abrir caminho nos anos 1970 para uma nova geração de diretores em Hollywood, como Coppola e Martin Scorsese.
Obra no cinema
Hopper teve uma carreira prolífica, que durou mais de 50 anos. Ele surgiu ao lado de James Dean em "Rebelde sem causa" e "Assim caminha a humanidade", nos anos 1950. Também atuou em "Apocalypse now", de Francis Ford Coppola, e "Veludo azul", de David Lynch. O ator também viveu vilões em filmes de grande orçamento na indústria do cinema, como em "Velocidade máxima" e "Waterworld".
Ele recebeu duas nomeações para o Oscar: uma pelo roteiro de "Sem destino", e outra pela atuação como um técnico de basquete alcoólatra em "Hoosiers", de 1986.
Em março, já com a saúde bastante debilitada, o astro recebeu uma homenagem de Hollywood por sua trajetória no cinema: uma estrela na Calçada da Fama, localizada no coração da cidade que é berço do cinema dos EUA.
Dennis Hopper