Messias Elétrico - Messias Elétrico (2011): Um álbum excelente e obrigatório vindo lá de Alagoas!
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A banda Messias Elétrico em uma colagem "elétrico" digital do Barbieri.
Messias Elétrico - Messias Elétrico (2011)
Um álbum excelente e obrigatório vindo lá de Alagoas!
Matéria reproduzida do site Mofo
Se você acha que o rock brasileiro é feito todo no eixo Sul-Sudeste, com alguma exceção para a Bahia, precisa prestar atenção nesse grupo que vem de Maceió, Alagoas. Se você acha que rock é apenas emular nomes do passado, sem nenhuma criatividade, inteligência ou bom gosto, precisa ouvir esses rapazes de Maceió, Alagoas. E se você perdeu a fé na música, dê uma chance a esse Messias... de Maceió, Alagoas.
Ao ouvir o disco, fiquei tão intrigado com a sonoridade "arrasa quarteirão", que logo pedi uma entrevista, gentilmente respondida pelo baterista Fernando Coelho. Tudo é legal, a começar pelo nome - Messias Elétrico - até desaguar no som.
O quarteto é formado por Pedro Ivo Araújo (voz e guitarra e flauta); Leonardo Luiz (teclados e vocais); Alessandro Mendonça (baixo) e Fernando Coelho (bateria).
A primeira coisa que me veio à cabeça, foi Deep Purple fase David Coverdale/Glenn Hughes. Uns funks pesados, cheios de grooves, guitarras fortes.
Mas, em alguns momentos, haviam passagens meio Floyd, meio Yes. E tinha balanço, vocais ácidos, músicas longas, curtas...
Cacete, que coisa legal!
O digo abre com "Sigo Cantando", que lembra um pouco os Mutantes, em sua fase final, com muito teclado e ótima cozinha. O vocal vai na linha Purple, citada acima, com algo de Arnaldo e Serginho. Bem contagiante. Isso sem falar no belo verso de entrada: "Correndo atrás do sonho / Não tenho medo de lutar / Se aqui é o inferno / No purgatório não vou passar."
A faixa título é, igualmente puro anos 70. Bela introdução de guitarra e teclados e vocais uivando, alto. Caramba, cismei com Purple de novo!
A terceira faixa é a mais "prog": "The Last Groove" tem 12 minutos, é dividida em quatro partes e começa um lindo solo de guitarra, ao melhor estilo Gilmour, com a diferença que o Floyd não teria aquele groove todo do título. Os teclados no meio da canção parece saída do disco Hot Rats, do Zappa. (Espero que minhas referências não estejam sendo bizarras demais...). Destaque para a flauta de Pedro Ivo Araújo.
Além do belo instrumental, vale prestar atenção nas letras. Longe das bobagens que proliferam no rock atual, as letras do Messias falam de angústias, medos, sonhos, da realidade, sem cair naquela ingenuidade constrangedora dos seus contemporâneos.|
O disco fecha com "Desejo, Loucura & Barulho", que parece resumir a banda. O Desejo de sucesso os obrigou a cometerem a Loucura de fazer um disco de rock and roll, com muito Barulho. E dos bons.
Ah, já falei que eles são de Maceió, Alagoas?
Um belo lançamento da Baratos Afins, que já havia lançado os discos do grupo Mopho, de onde saiu Leonardo Luiz e que será, em breve, comentada aqui, também.
O Mopho? Ah, é também de Maceió, Alagoas.
A seguir, uma entrevista com o baterista Fernando Coelho. Todas as fotos da banda são de autoria de Rafaella Kissy.
O quarteto é formado por Pedro Ivo Araújo (voz e guitarra e flauta); Leonardo Luiz (teclados e vocais); Alessandro Mendonça (baixo) e Fernando Coelho (bateria).
A primeira coisa que me veio à cabeça, foi Deep Purple fase David Coverdale/Glenn Hughes. Uns funks pesados, cheios de grooves, guitarras fortes.
Mas, em alguns momentos, haviam passagens meio Floyd, meio Yes. E tinha balanço, vocais ácidos, músicas longas, curtas...
Cacete, que coisa legal!
O digo abre com "Sigo Cantando", que lembra um pouco os Mutantes, em sua fase final, com muito teclado e ótima cozinha. O vocal vai na linha Purple, citada acima, com algo de Arnaldo e Serginho. Bem contagiante. Isso sem falar no belo verso de entrada: "Correndo atrás do sonho / Não tenho medo de lutar / Se aqui é o inferno / No purgatório não vou passar."
A faixa título é, igualmente puro anos 70. Bela introdução de guitarra e teclados e vocais uivando, alto. Caramba, cismei com Purple de novo!
A terceira faixa é a mais "prog": "The Last Groove" tem 12 minutos, é dividida em quatro partes e começa um lindo solo de guitarra, ao melhor estilo Gilmour, com a diferença que o Floyd não teria aquele groove todo do título. Os teclados no meio da canção parece saída do disco Hot Rats, do Zappa. (Espero que minhas referências não estejam sendo bizarras demais...). Destaque para a flauta de Pedro Ivo Araújo.
Além do belo instrumental, vale prestar atenção nas letras. Longe das bobagens que proliferam no rock atual, as letras do Messias falam de angústias, medos, sonhos, da realidade, sem cair naquela ingenuidade constrangedora dos seus contemporâneos.|
O disco fecha com "Desejo, Loucura & Barulho", que parece resumir a banda. O Desejo de sucesso os obrigou a cometerem a Loucura de fazer um disco de rock and roll, com muito Barulho. E dos bons.
Ah, já falei que eles são de Maceió, Alagoas?
Um belo lançamento da Baratos Afins, que já havia lançado os discos do grupo Mopho, de onde saiu Leonardo Luiz e que será, em breve, comentada aqui, também.
O Mopho? Ah, é também de Maceió, Alagoas.
A seguir, uma entrevista com o baterista Fernando Coelho. Todas as fotos da banda são de autoria de Rafaella Kissy.
A Entrevista
Mofo: - Gostaria que vocês falassem como nasceu a banda, a origem do nome e sobre a proposta de vocês.
Fernando Coelho: - O Messias foi formado em abril de 2010. A ideia veio de Alessandro Aru, que tocava com Pedro Ivo, na extinta Canela Seca, uma banda com a clássica sonoridade de rock and roll brasileiro dos anos 70. Comigo na bateria, fizemos os primeiros ensaios como um power trio e a sonoridade flertou com o rock groovado e o progressivo. Logo percebemos que um tecladista seria fundamental e o Leonardo seria o nome perfeito. Ele passou a frequentar os ensaios e desde então começamos a elaborar as músicas. O nome veio de uma música de Pedro Ivo, a segunda do CD. A proposta do Messias Elétrico é tocar o que nos dar prazer ao segurar um instrumento: rock. Como a influência comum remete aos ícones dos anos 60 e 70, a musicalidade do grupo enveredou por esses caminhos. Mas estamos sempres atentos às sonoridades contemporâneas.
Mofo: - Assim como os dois primeiros discos do Mopho, vocês lançaram o trabalho pela Baratos Afins, que era a ex-banda do Leonardo. No entanto, o Messias assume um lado mais funk, dançante, repleta de grooves. Em alguns momentos, os vocais mais agudos me lembram um pouco o Deep Purple, fase Glenn Hughes e David Coverdale. Um exemplo disso é na faixa "Messias Elétrico". Estou falando algum absurdo?
Fernando Coelho: - Nenhum. Você matou a charada. Esse é o principal ponto de convergência entre todas as nossas influências. Na verdade, a trinca clássica - Purple, Zeppelin e Sabbath - tem muito groove em suas músicas.
Mofo: - Na página de vocês do facebook, citam como influências Deep Purple, Led Zeppelin, Pink Floyd, Mutantes, O Som Nosso de Cada Dia, Yes, Genesis, Black Sabbath, Whitenaske, Joelho de Porco, The Beatles... Como esses elementos são trabalhados no som do grupo?
Fernando Coelho: - Na verdade, não colocamos todas as influências nessa lista (risos). Eu mesmo sou apreciador de diversos outros gêneros, inclusive alguns possivelmente antagônicos aos grupos citados acima.
Não procuramos trabalhar tais influências de modo calculado. Simplesmente fazemos o som. Vez ou outra, podemos citar algum grupo como referência para uma passagem ou um arranjo, mas nada além disso.
Mofo: - Vocês dizem que sonham em abraçar o Brasil, mas estão contentes com Maceió, quebrando um pouco essa hegemonia do eixo Sul-Sudeste. Sendo assim, gostaria de saber como é a aceitação do som do grupo, especialmente no Nordeste. A proposta sonora é bem diferente do que se ouve por aqui (atualmente moro no Maranhão, desde 2003). Não seria mais fácil tentar a vida em SP ou RJ?
Fernando Coelho: - Estamos começando a divulgação agora. O disco saiu há pouco tempo e não temos um feedback palpável. Na banda, há aqueles que sobrevivem de música e outros que não vivem sem ela (risos), mas que possuem outras profissões. Como diz nosso release, nós gostamos de tocar. Por outro lado, sabemos que o retorno com música autoral - e ainda mais assim tão direcionada - vem com muito tempo e ralação, por isso, nosso maior objetivo agora é tocar. Gostaríamos muito de mostrar a nossa sonoridade em outros estados brasileiros. Inclusive aí, em São Luís (risos). Não é difícil contratrar o Messias (risos).
Mofo: - Como é a rotina de shows, estrada, gravações? Vocês vivem apenas da banda ou possuem outros empregos?
Fernando Coelho: - Pois é, como falei acima. Leonardo e Pedro tocam em diversos grupos na noite de Maceió. Já a "cozinha" tem outros empregos. Eu sou jornalista (atualmente faço mestrado em Comunicação na Universidade Federal de Pernambuco) e Alessandro Aru é professor e contador.
Mofo: - Pensam em lançar um novo trabalho?
Fernando Coelho: - Sim. Já temos novas músicas, que precisamos burilar mais em estúdio. No entanto, o show já contempla três ou quatro novas.
Mofo: - Qual é o espaço que o artista que faz rock, especialmente de forma alternativa tem no Brasil de hoje? Como é a relação de vocês com os fãs, especialmente via internet?
Fernando Coelho: - Bem, espero poder responder melhor essa quando tivemos a sorte de retorno dos apreciadores de nossa música.
Por enquanto, a banda é pouco conhecida. Bem, ao menos aqui em Maceió, onde já fizemos alguns shows, o retorno é bem positivo. Acredito que quem curte rock and roll clássico, cheio de groove e com pitadas de progressivo tende a curtir o Messias Elétrico.
Mofo: - Agradeço a entrevista. Deixe uma mensagem aos fãs.
Fernando Coelho: - Procurem ouvir o disco, ele foi feito com muita determinação. E, se possível, tentem convencer algum produtor local para levar o Messias Elétrico para a sua cidade.
Fernando Coelho: - O Messias foi formado em abril de 2010. A ideia veio de Alessandro Aru, que tocava com Pedro Ivo, na extinta Canela Seca, uma banda com a clássica sonoridade de rock and roll brasileiro dos anos 70. Comigo na bateria, fizemos os primeiros ensaios como um power trio e a sonoridade flertou com o rock groovado e o progressivo. Logo percebemos que um tecladista seria fundamental e o Leonardo seria o nome perfeito. Ele passou a frequentar os ensaios e desde então começamos a elaborar as músicas. O nome veio de uma música de Pedro Ivo, a segunda do CD. A proposta do Messias Elétrico é tocar o que nos dar prazer ao segurar um instrumento: rock. Como a influência comum remete aos ícones dos anos 60 e 70, a musicalidade do grupo enveredou por esses caminhos. Mas estamos sempres atentos às sonoridades contemporâneas.
Mofo: - Assim como os dois primeiros discos do Mopho, vocês lançaram o trabalho pela Baratos Afins, que era a ex-banda do Leonardo. No entanto, o Messias assume um lado mais funk, dançante, repleta de grooves. Em alguns momentos, os vocais mais agudos me lembram um pouco o Deep Purple, fase Glenn Hughes e David Coverdale. Um exemplo disso é na faixa "Messias Elétrico". Estou falando algum absurdo?
Fernando Coelho: - Nenhum. Você matou a charada. Esse é o principal ponto de convergência entre todas as nossas influências. Na verdade, a trinca clássica - Purple, Zeppelin e Sabbath - tem muito groove em suas músicas.
Mofo: - Na página de vocês do facebook, citam como influências Deep Purple, Led Zeppelin, Pink Floyd, Mutantes, O Som Nosso de Cada Dia, Yes, Genesis, Black Sabbath, Whitenaske, Joelho de Porco, The Beatles... Como esses elementos são trabalhados no som do grupo?
Fernando Coelho: - Na verdade, não colocamos todas as influências nessa lista (risos). Eu mesmo sou apreciador de diversos outros gêneros, inclusive alguns possivelmente antagônicos aos grupos citados acima.
Não procuramos trabalhar tais influências de modo calculado. Simplesmente fazemos o som. Vez ou outra, podemos citar algum grupo como referência para uma passagem ou um arranjo, mas nada além disso.
Mofo: - Vocês dizem que sonham em abraçar o Brasil, mas estão contentes com Maceió, quebrando um pouco essa hegemonia do eixo Sul-Sudeste. Sendo assim, gostaria de saber como é a aceitação do som do grupo, especialmente no Nordeste. A proposta sonora é bem diferente do que se ouve por aqui (atualmente moro no Maranhão, desde 2003). Não seria mais fácil tentar a vida em SP ou RJ?
Fernando Coelho: - Estamos começando a divulgação agora. O disco saiu há pouco tempo e não temos um feedback palpável. Na banda, há aqueles que sobrevivem de música e outros que não vivem sem ela (risos), mas que possuem outras profissões. Como diz nosso release, nós gostamos de tocar. Por outro lado, sabemos que o retorno com música autoral - e ainda mais assim tão direcionada - vem com muito tempo e ralação, por isso, nosso maior objetivo agora é tocar. Gostaríamos muito de mostrar a nossa sonoridade em outros estados brasileiros. Inclusive aí, em São Luís (risos). Não é difícil contratrar o Messias (risos).
Mofo: - Como é a rotina de shows, estrada, gravações? Vocês vivem apenas da banda ou possuem outros empregos?
Fernando Coelho: - Pois é, como falei acima. Leonardo e Pedro tocam em diversos grupos na noite de Maceió. Já a "cozinha" tem outros empregos. Eu sou jornalista (atualmente faço mestrado em Comunicação na Universidade Federal de Pernambuco) e Alessandro Aru é professor e contador.
Mofo: - Pensam em lançar um novo trabalho?
Fernando Coelho: - Sim. Já temos novas músicas, que precisamos burilar mais em estúdio. No entanto, o show já contempla três ou quatro novas.
Mofo: - Qual é o espaço que o artista que faz rock, especialmente de forma alternativa tem no Brasil de hoje? Como é a relação de vocês com os fãs, especialmente via internet?
Fernando Coelho: - Bem, espero poder responder melhor essa quando tivemos a sorte de retorno dos apreciadores de nossa música.
Por enquanto, a banda é pouco conhecida. Bem, ao menos aqui em Maceió, onde já fizemos alguns shows, o retorno é bem positivo. Acredito que quem curte rock and roll clássico, cheio de groove e com pitadas de progressivo tende a curtir o Messias Elétrico.
Mofo: - Agradeço a entrevista. Deixe uma mensagem aos fãs.
Fernando Coelho: - Procurem ouvir o disco, ele foi feito com muita determinação. E, se possível, tentem convencer algum produtor local para levar o Messias Elétrico para a sua cidade.
As Faixas
01. Sigo Cantando
02. Messias Elétrico
03. The Last Groove
I. Quarto Branco
II. Não Sei Fazer Mais Nada
III. Longa Jornada
IV. Uma Casa, Meu Jardim
04. Que Mundo é Esse
05. Desejo Loucura & Barulho
Barbieri Comenta: A Gravadora Baratos Afins está de parabéns com mais este lançamento. Confesso que fiquei de queixo caído com tanta competência! Recomendo ardorosamente este álbum para todo mundo que realmente gosta de rock de qualidade. Neste primeiro álbum, a banda Messias Elétrico, no seu som, resgata o melhor do rock brasileiro e inglês dos anos 70 e, prova definitivamente que podemos revisar o passado criativamente, sem parecer piegas ou apenas saudosistas. Este álbum, do primeiro ao último acorde é puro prazer! Solicito-lhes que escutem esste trabalho atenciosamente e não se arrempederão!
Antonio Celso Barbieri
A banda Messias Elétrico em outra colagem "elétrico" digital do Barbieri.