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TRAPPED IN THE FUTURE (2022) - BARBIERI LANÇA SEU SEGUNDO ÁLBUM DESTE ANO!
Álbum composto, gravado e produzido em Londres em 2022, no Raw Vibe Studios, por Antonio Celso Barbieri. Não deixem também de escutar todos os seus 16 álbuns já gravados! É só visitarem o site www.2bstar.com e, como aqui, clicarem nos pequenos fones de ouvidos que aparecem na página!
(PRESO NO FUTURO)
A.C.BARBIERI
Barbieri comenta
Nem preciso dizer que estou muito feliz com este trabalho! Durante mais de 20 anos compondo usando o mesmo software (Cubase Pro), muito do meu trabalho já assumiu uma automação "orgânica". É como para uma pessoa, falar a sua língua mãe ou mesmo, depois de muitos anos, voltar a dirigir um veículo. Por falar em dirigir um carro, neste álbum, depois de um bom tempo, voltei à minha guitarra Fender e, descobri que meus "caminhos" pelo braço da guitarra e minha técnica, ainda que pouca, estavam lá, guardadinhas na minha mente.
A descoberta da banda Polyphia com o seu uso de uma percussão inspirada no estilo TRAP me inspirou a tentar usar minhas escalas pentatonicas "quebradas" para ver se conseguia fazer algo bem rock, mas com uma "roupa" nova. Acho que deu certo!
Ao mesmo tempo meu estilo clássico, progressivo e experimental, modelo trilha sonora continuou evoluindo e até assimilando também elementos da música TRAP.
Abaixo segue o álbum Trapped in the Future comentado faixa-a-faixa:
01 Requiem for a Dead Civilization
No meio de Setembro, visitei meu sebo preferido e encontrei um livro de partituras contendo um REQUIEM composto VERDI.
Um Réquiem ou Missa de Réquiem, também conhecida como Missa para os Mortos, é uma missa oferecida para o repouso da alma ou almas de uma ou mais pessoas falecidas, usando uma forma particular do Missal Romano. Geralmente é comemorado no contexto de um funeral.
Quando cheguei em casa, encontrei no YouTube várias apresentações ao vivo desta peça e, enquanto assistia percebi nela um pequeno "Leitmotif". Um Leitmotif é uma frase ou figura melódica associada que acompanha o reaparecimento de uma ideia, pessoa ou situação, especialmente em um drama musical wagneriano. É um tema recorrente, muitas vezes dominante.
Bom, eu imediatamente fui ao piano e, sem me preocupar em tocar as notas corretamente, criei um harpegio que acabou se transformando nesta música. Então, o nome desta música pode ser interpretado como sendo "Missa para uma Civilização Morta", a nossa que, à meu ver, a cada dia, morre mais um pouco!
02 Brutal Summer
O nome desta música deveria ser na verdade Brutal Year (Ano Brutal) com aquecimento global, guerra da Ucrânia, Bolsonaro, morte da rainha, inflação galopante, crise de combustível, muita pobreza, etc...
03 The Raven
The Raven (O Corvo) é uma alusão à Edgar Allan Poe que foi um escritor, poeta, editor e crítico literário norte americano. Poe é mais conhecido por sua poesia e contos, particularmente seus contos de mistério e macabro. Bom, a realidade Brasileira últimamente esta parecendo mais uma história de terror... daí o nome desta música!
04 Trapped in the Future
Quando examino a minha existência, considero a minha vinda para Londres no comeco de 1987 como uma busca desesperada pela sobrevivência acrescida também por um ato de auto exílo cultural, fugindo de um país que não me deu condições de crescer culturalmente e nem de desenvolver minha arte. Hoje a minha memória do Brasil parece ser a de um passado remoto, mas, infelizmente, toda vez que o visito, observo consternado que nada mudou! Pior que isto involuiu! Então, me sinto "Preso no Futuro" (Trapped in the Future).
05 Holding Infinity in a Grain of Sand
Sou fã incondicional do grande Willian Blake (1757-1827). No seu poema chamado "Auguries of Innocence" existe uma poesia muito linda onde ele diz:
"Para ver um mundo em um grão de areia
E um paraíso em uma flor selvagem,
Segure o Infinito na palma da sua mão
E a eternidade em uma hora."
Então, Holding Infinity in a Grain of Sand (Segurando o Infinito num grão de areia) foi um jogo de palavras que criei com a sua poesia para assim, fazer uma singela homenagem à este fantástico Ser Humano que viveu muito à frente do seu tempo.
06 Walking Into a Familiar Territory
Aqueles entre vocês que tocam algum instrumento, já devem ter percebido que nossos dedos perdem horas fazendo os mesmos caminhos pelo instrumento. Algumas vezes ficamos presos na repetição por falta de conhecimento ou mesmo limitação, outras porque além da sonoridade que criamos, existe algo prazeroso, muscular ou orgânico nestes movimentos. Esta minha música foi criada desta forma. Sei que não existe nada realmente novo ou complexo neste som e que, já toquei coisas similares muitas vezes, mas, confeço que é uma coisa deliciosa ficar "Caminhando por Territórios Familiares" (Walking Into a Familiar Territory)
07 The Black Cat
A ideia do "Gato Preto" associado ao mau é um baita "fakenews". Entretanto até parece que estamos todos com nossos cérebros, deste a nossa criação, já programados para acreditar em besteiras. Eu me pergunto, será que um dia estaremos aptos a dar aquele salto que nos permitirá acordar para uma realidade superior e verdadeira em todos sentidos. É nestas horas que fico me sentindo só neste mundo e, nem a minha própria música consegue expressar a complexidade das respostas que busco!
08 The Clock
O tempo, o relógio (The Clock) continuou me iludindo e, quando dei por mim já estava com 70 anos!
09 Tutto Bianco
Tutto Bianco (Tudo Branco) é o nome do meu novo livro que já chegou até seu décimo primeiro capítulo. Estou escrevendo este livro em inglês! Já descobri que no Brasil "santo da casa não faz milagres". Quem sabe, aqui em Londres o milagre acontece!
10 The Synchronicity
Desde que escrevi O Livro Negro do Rock, minha mente começou aproximar-se do oculto e, já fazem muitos anos que percebi que a física quântica parece aproximar-se de alguma 'verdade" que até agora era difícil de ser vista com olhos científicos. A sincronicidade é uma delas! Me pergunto, o que será que este novo álbum vai trazer para mim? Um novo amigo? Mais conhecimento? Um aprofundamento na minha carreira? Mais experiência e respeito? Não importa o que seja, não me abalará e nem mudará a minha essência!
11 The Harlekin
Em Tutto Bianco, a história que estou escrevendo, ela se passa num futuro onde a cultura italiana conquistou o mundo de forma tão intensa que palavras do idioma italiano são mescladas com o inglês e roupas do passado, de Florença e Veneza, estão no topo da moda. Então, nesta realidade, entre os homens usar roupas multicoloridas, modelo Harlekin é comum entre a população.
12 The Dunes
Certos sons e estlos que remontam à Índia, países árabes e mesmo China e Japão insistem em surgir na minha música e, como sempre, quando isto acontece, a primeira palavra que vier a mente, acabará virando o nome da música. Este foi o caso. Aliás, nunca componho já com um conceito e nome na mente! A coisa é lúdica e eu deixo a criança (música) crescer livremente nas minhas mãos! Eu tento ser apenas o viabilizador de forças que eu mesmo desconheço!
13 The Seagulls
Em Londres, da minha janela é comum ouvir o canto das gaivotas. Gaivotas lentamente estão invadindo as cidades e, se as pombas bobearem, acabarão perdendo seus lugares para as gaivotas e mesmo os corvos (ravens) que, acreditem são muito espertos. Nesta música no final dela, escutei um som que lembrou-me gaivotas. Então acrescentei no final desta música, sons de verdadeiras gaivotas (The Seagulls).
14 The Mind and The Body
Meu amigo Tadeu Kobna que residente na Suécia, viajou vários anos pela Índia fazendo muitos cursos com os gurus locais. Segundo Tadeu, ele é vegetariano e praticante de meditação. Ele é um músico de primeira e vive me aconselhando musicalmente. Aliás é uma coisa reciproca porque também dou meus "palpites" construtivos no seu trabalho. Bom, ele me mandou este vídeo onde o guru repete um tipo de mantra sobre o corpo e a mente. Então quase num ato de provocação ao Tadeu, usei a voz do guru nesta música. :-)
15 Trapped in the Future (TRAP Mix)
Durante o trabalho de gravação da música Trapped in the Future (Preso no Futuro) acabei fazendo vários remixes. Este mix foi um dos primeiros! Ele é um pouco mais lento e a guitarra é bem mais limpa. Enquanto selecionava as músicas para este álbum, a escutei novamente e achei que ela merecia também uma chance. Gosto é uma coisa difícil de prever, pode até ter gente que prefira esta versão!
16 Hard'n'Dirt
Esta faixa é bem suja! Quase que ela caiu fora do álbum! Hard'n'Dirt (Dura & Suja) O nome já diz tudo!
Espero que gostem!
Ficarei feliz em receber um comentário gentil vindo de vocês! :-)
Antonio Celso Barbieri
